postado em 23/10/2019 17:35
A capital do país será, mais uma vez, sede do Encontro Nacional de Juízas e Juízes Negros (Enajun). A terceira edição ocorre nesta quinta (24/10) e sexta-feira (25/10), no auditório Pedro Calmon do Tribunal Regional Eleitoral (TRE-DF). O evento tem o objetivo de promover reflexões sobre a magistratura brasileira e a questão da representatividade racial. As atividades são abertas para toda a sociedade.
A iniciativa pretende levantar discussões de relevância ; tanto para juízes negros, quanto para a população em geral ; acerca da falta de projeção racial no Judiciário. A representatividade, segundo explicam os organizadores, é indispensável para garantir pluralismo de ideias, de fazeres e de imagens, fundamentos do estado democrático de direito.
Neste ano, o Enajun celebrará os 50 anos da Convenção Internacional sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação Racial, da Organização das Nações Unidas (ONU). Nas edições anteriores, o evento abordou a representação da população negra nos espaços de poder e o racismo estrutural.
Entre as palestras da conferência, está prevista uma sobre o que é discriminação, com o autor e doutor em direito pela Universidade de Harvard José Adilson Moreira. No encontro, o advogado lançará o livro Racismo recreativo.
Presença reduzida
[FOTO1] Segundo dados do Censo do Poder Judiciário de 2018, realizado pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), mesmo com a população brasileira sendo majoritariamente preta ou parda, apenas 18,1% da magistratura nacional é negra. Entre o grupo, 16,5% se declaram pardos, e 1,6%, pretos. Do universo de 38% de juízas ; menos da metade do número total de magistrados do país ; a quantidade que se autodeclarou preta ficou entre 1% e 2% no Poder Judiciário.
[FOTO1] O 3; Enajun é coordenado pelo juiz Fábio Francisco Esteves, presidente da Associação dos Magistrados do Distrito Federal e Territórios (Amagis-DF) e conta com o apoio da Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB) e da Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe). As associações estaduais dos magistrados do Piauí, Amapá, Rio Grande do Sul, São Paulo, Alagoas, Rio Grande do Norte e Paraná também apoiam a iniciativa.