Cidades

Perícia deve ajudar a identificar suspeita de abandonar bebê em Taguatinga

Laudo, porém, pode demorar de 30 a 45 dias para ficar pronto. Polícia teve acesso a gravações e conta com ajuda da população para identificar mulher

Walder Galvão
postado em 02/11/2019 07:00
[FOTO1]A Polícia Civil solicitou uma perícia na roupa e na sacola em que estava uma recém-nascida abandonada em Taguatinga na quinta-feira (31/10) para tentar identificar a responsável por deixar a criança. Entretanto, o prazo para o laudo ficar pronto é de 30 a 45 dias. Na sexta-feira, os investigadores tiveram acesso a vídeos que mostram a suspeita andando com a criança e a deixando na QNB 13 da região administrativa. Os agentes divulgaram o material e contam com denúncias da população para encontrar a acusada.
De acordo com o delegado à frente do caso, Josué Ribeiro da Silva, da 12; Delegacia de Polícia (Taguatinga Centro) a demora se deve porque a análise precisa avaliar fragmentos papiloscópicos. Até o momento, os investigadores escutaram a pessoa que encontrou a criança e estão nas ruas tentando mais imagens que possam levar até a mulher.
;Conversamos com a pessoa que encontrou o bebê, porém, não acrescentou muita coisa à investigação;, ressaltou o delegado. Segundo Josué, a recém-nascida ser deixada em via pública de grande de movimentação indica que a suspeita queria que ela fosse encontrada. Além disso, dentro da sacola onde a criança estava, havia uma muda de roupas, o que também reforça a tese dos policiais.
O delegado esclareceu que a criança foi encontrada vestida, porém, ainda estava suja do trabalho de parto, o que indica que ela não foi limpa após a mãe dar à luz. Segundo o investigador, a pessoa responsável pelo crime poderá ser acusada de exposição e abandono de recém-nascido, que prevê pena de 6 meses a 2 anos de detenção.

Saudável

Josué frisou que quando os pedestres encontraram a criança, pensaram em acionar o Corpo de Bombeiros ou a Polícia Militar. Porém, como o lugar era próximo ao Hospital Regional de Taguatinga (HRT), decidiram levá-la direto para a unidade de saúde. Por meio de nota oficial, a Secretaria de Saúde informou que a bebê chegou ao hospital por volta das 17h.
Ainda de acordo com a pasta, a equipe médica avaliou as condições do bebê e indicou que o quadro de saúde dela é considerado saudável. Contudo, aguardam resultados de exames de rotina realizados na recém-nascida para conceder a alta. Carinhosamente, os médicos ;batizaram; a criança de Maria e informaram que ela pesa 3,5 quilos. A Secretaria acionou a Vara da Infância e da Juventude, que irá retirar a menina da unidade de saúde assim que ela puder sair do local.

Não abandone

Gestantes em qualquer mês de gestação ou mães que deram à luz e alegam não reunir motivação ou condições para assumir os cuidados do próprio bebê podem doá-los à adoção. Todo processo é acompanhado pela Vara da Infância e da Juventude (VIJ). A interessada passa por um atendimento psicossocial, onde será informada sobre as consequências da medida, como irrevogabilidade, perda de direitos da família natural, nova filiação e mudança de nome.
Após a entrevista, é emitido relatório do caso para o juiz da VIJ para providências cabíveis, como autuação da ação declaratória de extinção do poder familiar, medida protetiva de acolhimento institucional, entre outras. Em seguida, a mãe ou gestante deverá procurar a Defensoria Pública, para ser acompanhada nas outras demandas judiciais.
Todo processo é realizado de forma gratuita. Além disso, mães que já deram à luz recebem acompanhamento até a oitiva judicial de entrega. Caso alguém entre com o processo e desista, o juiz poderá determinar o acompanhamento psicossocial do caso por 180 dias, a fim de garantir a segurança e a proteção da criança e o apoio à mãe para criar o filho.

Denuncie

Quem tiver informações sobre a identificação da suspeita, pode entrar em contato com a Polícia Civil pelo telefone 197. As denúncias podem ser concedidas de forma anônima.

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