postado em 02/11/2019 04:07
[FOTO1]O Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT) concedeu medida protetiva à ex-mulher do deputado distrital Hermeto (MDB), a advogada Vanusa Ferreira. Ela alegou sofrer ameaças, perseguição e assédio moral. A decisão proíbe o parlamentar de ficar a menos de 300 metros dela e o intima a comparecer a atendimento com equipe multidisciplinar do TJDFT em 26 de novembro.
Hermeto nega todas as acusações e se diz vítima de armadilha política e pessoal. Segundo ele, as denúncias começaram após o fim do casamento entre os dois, que acabou, alega, após o deputado ter descoberto uma traição da ex-companheira. O parlamentar é um dos cinco integrantes da CPI do Feminicídio, instaurada na Casa para apurar as razões do número alto de crimes do tipo no DF, mas garante que não deixará a comissão.
Vanusa Ferreira afirma, no entanto, que pedia o divórcio ao ex-marido desde dezembro de 2018 e que sempre esteve de acordo com a separação. Segundo ela, houve inúmeras oportunidades de denunciar o ex-marido, mas preferiu preservar a imagem dele, até ter conhecimento de que ele participaria da CPI do Feminicídio. Além disso, a situação tomou outras proporções após saber que o ex teria entrado em casa quando ela não estava na residência.
Hermeto alega que foi ao local quando ela viajava para o exterior e apenas levou pertences pessoais. Não havia, segundo ele, qualquer medida protetiva que o impedisse naquele momento. ;Eu não tenho nenhum prazer na desconstrução da imagem dele. Essa história que ele alega de que estou descontente com a separação não é verdade, porque peço o divórcio há mais de nove meses;, contesta.;Eu venho sofrendo ameaças, torturas psicológicas, quebra do meu sigilo;, completa.
Vanusa explica que demorou a expor a história porque não queria prejudicar o mandato do ex-marido. De acordo com ela, na data em que o deputado protocolou o pedido de divórcio, ela teria ido à delegacia registrar ocorrência, mas desistiu logo depois. Além da denúncia mais recente, feita na quinta-feira, a advogada registrou um boletim em 2001, alegando agressão física, ameaça de morte e exposição à mira de uma arma.
Hermeto nega o episódio com o armamento e argumenta que o caso, quase 18 anos depois, não teve qualquer desdobramento. ;Se isso fosse verdade, eu estaria aqui até hoje sem nenhuma questão envolvendo isso até agora?;, questiona.
Traição
O deputado distrital Hermeto disse, em entrevista ao Correio, que jamais cometeu qualquer tipo de agressão contra mulheres e que é vítima de uma armadilha política e pessoal. De acordo com ele, os problemas com a ex-mulher começaram quando ele pediu a separação, em setembro deste ano, após descobrir que era traído. ;Tenho provas de que ela tinha relacionamento extraconjugal. Foi pela infidelidade dela que eu resolvi sair de casa.; Agora, o parlamentar entrou com uma ação em que pede a apuração de falsa comunicação de crime, calúnia, difamação e injúria.
Segundo ele, não houve acordo sobre os termos do divórcio. O distrital afirma que Vanusa exigiu ficar com a casa em que moravam antes e pediu uma pensão de R$ 12 mil. ;Ela é advogada, muito inteligente, com salário alto, não tinha razão (para esses termos). Foi só depois de eu não aceitar isso que ela registrou a primeira ocorrência;, argumentou.
Além da motivação pessoal, Hermeto alega que a denúncia tem objetivo político. De acordo com ele, Vanusa tem pretensões de se candidatar nas próximas eleições e tentou utilizar o mandato dele para ganhar visibilidade. ;Ela tinha funcionários indicados no meu gabinete e não gostou quando, depois de tudo, eu os exonerei.;
Ele acredita que a advogada pretendia usar a participação dele na CPI do Feminicídio para ganhar visibilidade política. ;Por que essa medida protetiva assim que eu entro para a CPI? Quase dois meses depois do divórcio? Eu me separei porque queria viver a minha vida, ser feliz, sair de um casamento em que eu tinha uma dependência emocional;, explicou.