Cidades

Mulher morre em São Sebastião e polícia investiga caso como feminicídio

Segundo informações preliminares, a mulher morreu após ser espancada pelo marido. Se for confirmado, este será o 29º feminicídio registrado no Distrito Federal em 2019

Adriana Bernardes, Juliana Andrade
postado em 02/11/2019 09:04
[FOTO1]Renata Alves dos Santos, 29 anos, morreu na noite desta sexta-feira, no Morro da Cruz, em São Sebastião. O marido da vítima, Edson dos Santos Justiano Gomes, 43 anos, é o principal suspeito da morte e está preso em flgrante. Ao fazer o atendimento da vítima, a equipe do Corpo de Bombeiros deu voz de prisão ao marido dela, após ouvir os relatos da mãe da mulher sobre as agressões sofridas pela filha. Se confirmado, esse será o 29; feminicidio no Distrito Federal, um caso a mais do que todo o ano passado, quando se bateu o recorde de casos desde que a lei do feminicídio entrou em vigor.

O Corpo de Bombeiros atendeu um chamado de agressão física às 21h46. Mas quando os militares chegaram na residência, a vítima estava caída e sem sinais de vida. A mãe de Renata relatou aos bombeiros que o genro teria chegado em casa bêbado e agredido as duas. Já o marido alegou que a esposa tinha caído e batido com a cabeça na quina de uma mesa.

Diante da situação, os bombeiros mantiveram o homem detido e chamaram a Polícia Militar, que fez a prisão dele em flagrante e o encaminhou para a 30; Delegacia de Polícia (São Sebastião). O caso está registrado, inicialmente como feminicídio, atendendo ao protocolo da Polícia Civil para mortes violentas de mulheres no DF. Caso no decorrer da investigação se descubra elementos que descartem esse tipo de crime, a tipificação será alterada.

Rotina de violência

Uma amiga da vítima, que pediu para ter o nome preservado, disse ao Correio que o desfecho do relacionamento era esperado devido à rotina de violência do casal. "Eu cheguei a conversar com os dois e aconselhei: ;se vocês não dão certo, larguem. Vai cada um para um lado;. Mas não adiantou. Eles viviam brigando e, quando ele batia nela, só parava depois dela sair correndo na rua pedindo socorro". De acordo com essa amiga, a vítima tinha dois filhos, de relacionamentos anteriores. Eles vivem com respectivos pais. Até por volta das 10h, não havia informação sobre o horário do velório e enterro.
Nesta semana, a Câmara Legislativa do Distrito Federal definiu os nomes dos parlamentares que vão compor a CPI do Feminicídio. A escolha ocorreu cerca de 40 dias após o pedido de instalação da comissão para apurar esse tipo de crime no DF, e após um grupo de mulheres protestar na Casa, cobrando o andamento dos trabalhos.

Onde procurar ajuda

Central de Atendimento à Mulher em Situação de Violência ; Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência da República
Telefone: 180 (disque-denúncia)
Centro de Atendimento à Mulher (Ceam)
; De segunda a sexta-feira, das 8h às 18h
; Locais: 102 Sul (Estação do Metrô), Ceilândia, Planaltina
Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (Deam)
; Entrequadra 204/205 Sul - Asa Sul
(61) 3207-6172
Disque 100 ; Ministério dos Direitos Humanos
Telefone: 100
Programa de Prevenção à Violência Doméstica (Provid) da Polícia Militar
Telefones: (61) 3910-1349 / (61) 3910-1350

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