Cidades

Dia dos Mortos lota cemitério na Asa Sul

Durante todo o sábado, marcado por orações e homenagens, pessoas percorreram os túmulos dos entes queridos nos seis campos do DF. Personalidades ilustres, como Juscelino Kubitschek e Joaquim Roriz, receberam visitantes

Correio Braziliense
Correio Braziliense
postado em 03/11/2019 04:16
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Se pudéssemos escolher uma palavra para definir o Dia de Finados, uma boa escolha seria saudade. A falta dos que se foram está nos depoimentos e homenagens de quem esteve nos cemitérios ontem. No meio de todo o movimento do público, subindo e descendo entre as lápides, era possível ver pessoas cuidando dos túmulos, em um momento de oração ou simplesmente paradas, em um saudoso silêncio.

Alguns faziam suas orações em grupos, outros, sozinhos ou apoiados pelas pessoas que foram apenas para prestar solidariedade. Os aposentados Erivaldo Fernandes, 73 anos, e Luiza Fernandes, 67, visitaram o túmulo dos familiares, entre eles, o de um filho. ;Todos os anos, a gente vem prestar homenagens a eles e pedir também que Deus cuide deles lá no céu", diz seu Erivaldo.

Para receber os visitantes, o cemitério preparou uma programação especial para o Dia de Finados. As unidades tiveram o horário estendido. Os portões abriram uma hora mais cedo, às 7h, e fecharam uma hora mais tarde, às 19h. Também foram celebradas diversas missas durante o dia. No cemitério da Asa Sul, as pessoas se reuniam embaixo de uma tenda ou procuraram as sombras das capelas ao lado para assistir à celebração.

A dona de casa Marli de Paula, 59, e o servidor público Márcio de Paula, 53, faziam suas orações ao lado do túmulo dos pais. Eles contam que vêm todo ano ao cemitério em dois de novembro. ;É um gesto de carinho. A gente vem e reza para Deus dar um bom descanso para eles e pedir também que eles intercedam por nós. Nossos pais estão enterrados aqui e sabemos que esta é a nossa próxima morada também;, afirma Marli. ;A gente sabe que aqui estão só os restos mortais, mas é o nosso pai e a nossa mãe que passaram anos ao nosso lado e agora estão no paraíso, tendo uma vida de luz", completa Márcio.


Se entre as lápides, o clima era de oração e homenagens, na entrada do cemitério, o movimento de pedestres e comerciantes era intenso. A calçada que dá acesso à portaria estava lotada de barracas de flores. Porém, as vendas não atenderam às expectativas da comerciante Abadia Rodrigues, 48. ;Sempre venho no feriado, mas, neste ano, está bem mais ou menos. Nos anteriores, a gente vendeu bem mais;, compara. Para a vendedora Rochele Rodrigues, 38, o cenário não foi diferente. ;O movimento está bem fraco. Acho que muita gente veio durante a semana. Nos outros anos, vendíamos mais;, lamenta.

Mais visitados


Além de visitar os túmulos da família, há quem tire um tempinho para passar onde estão enterradas personalidades conhecidas do Distrito Federal. No local onde está a lápide do ex-presidente Juscelino Kubitschek e o túmulo do ex-governador Joaquim Roriz, pessoas paravam para observar, para deixar uma flor ou fazer uma oração.

A doméstica Ana Martins, 70, ficou alguns minutos parada em frente ao túmulo do ex-governador do Distrito Federal. Emocionada, ela contou que veio visitar o local onde os pais foram enterrados, mas que sempre tira um tempo para visitar outros túmulos. ;Eu passo por aqui para visitar a lápide do nosso presidente Juscelino e, pela primeira vez, estou vindo ver a do governador Roriz. Ele foi um grande homem, gostava do povo. O amor dele era muito grande;, diz. No local, Ana tirou alguns minutos para fazer uma oração e, de lá, ela afirmou que seguiria para o túmulo da Ana Lídia.



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