postado em 04/11/2019 04:16
Feminicídio, cinema e imigração foram alguns dos tópicos levantados no Enem 2019. Professores do colégio Sigma fizeram uma análise das questões abordadas no primeiro dia de provas, ao vivo nas redes sociais do Correio. O conteúdo está disponível no Facebook e Youtube do jornal.
Na primeira parte dos cadernos, estavam as questões de língua estrangeira. Para o professor de inglês Antônio Cosme, a prova estava dentro do esperado e as respostas dependiam de uma boa interpretação de texto. ;Trouxeram música, versos, prosa, cartum e abordaram temas sociais, como humanismo e respeito ao próximo;, destaca. ;Foram citados vários artistas, entre eles, Madonna. É uma prova muito rica;, elogia.
O professor de espanhol Gustavo Tozetti acredita que expressões idiomáticas podem ter pego os alunos de surpresa. ;Muita gente que não fala inglês, opta pelo espanhol porque é mais próximo do português, mas há termos que eles precisam saber o significado para acertar a questão;, afirma. Houve ainda textos envolvendo a formação da identidade espanhola e a importância da comida na cultura ibérica.
Para o professor de geografia Eduardo de Almeida, esta edição foi mais simples em relação à do ano anterior. ;Foi mais cartesiana e não exigia do aluno muita profundidade. Não houve necessidade de pré-requisito de conceitos. Este ano, a prova esteve bem mais rasa do que no ano passado pelo nível de exigência. O aluno mais atento foi, quase por indução, levado à resposta;, critica.
Já o professor de história Isaac Moura, considera a versão 2019 mais complexa do que a de 2018. ;Uma prova essencialmente conteudista, exigindo diretamente a aplicação de conteúdo;, avalia. ;Havia uma expectativa de não surgirem questões sobre minorias, mas uma delas era sobre Maria Quitéria, tratando da luta das mulheres por emancipação;. Autores como Hanna Arendt, Eric Hobsbawm, e Kant também foram cobrados.
Redação
Mais uma vez, a redação explorou assuntos de repercussão nacional. Os estudantes precisaram discorrer sobre o tema ;Democratização do acesso ao cinema no Brasil;. Para o professor Eli Carlos Guimarães, a escolha surpreendeu positivamente. ;Não foi na perspectiva do que vem sendo normalmente apresentado, como educação, saúde ou meio ambiente;, elogia.
Ele acredita que a melhor forma de abordar o assunto seja de maneira ampla. ;O aluno tem que apontar soluções e, talvez, esteja aí a maior dificuldade;, pondera. ;Nos últimos três anos, o tema das redações foi sempre inesperado;, lembra o professor. Em 2018, alunos debateram o controle de dados na internet, e no ano anterior, os desafios para a formação educacional de surdos.
A professora Carolina Darolt afirma que, como a temática cultural não era esperada, isso ajuda a equilibrar os textos. ;Todos partem do mesmo ponto para a correção. Vai se destacar quem souber falar de todas as abordagens;. Ela ressalta que os estudantes não podem esquecer de tratar do assunto nacionalmente. ;O acesso que se tem ao cinema em Brasília é muito diferente do que acontece no sertão. Eles precisam falar do Brasil;, finaliza.