Cidades

Ex-namorada é suspeita de esquartejar vigilante

Ex-companheira e comparsa são acusados de atrair e matar o segurança de 32 anos, em Samambaia. Segundo a investigação, a mulher não aceitava o fim do relacionamento, rompido porque a vítima decidiu reatar com a noiva

postado em 14/11/2019 04:16
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Agentes da 32; Delegacia de Polícia (Samambaia Sul) procuram imagens de câmeras de segurança para elucidar os detalhes do assassinato do vigilante Marcos Aurélio Rodrigues de Almeida, 32 anos. O caso ocorreu no último sábado, quando a vítima saía do trabalho, em um restaurante do Setor de Indústrias Gráficas (SIG). Ele encontraria uma ex-namorada, na QR 325 de Samambaia Sul. Na noite de terça-feira, policiais prenderam a mulher e um comparsa, suspeitos do homicídio. De acordo com os investigadores, a dupla matou e esquartejou a vítima. Eles estão detidos por força de mandado de prisão temporária. Na manhã de ontem, eles foram encaminhados para o Departamento de Controle e Custódia de Presos, no Complexo da Polícia Civil, no Parque da Cidade.

Segundo a investigação, Marcos Aurélio namorou a acusada por quase dois meses, quando terminou um noivado, em setembro, como disse a mãe do vigilante, Sônia Maria Rodrigues de Almeida, 56. ;O meu filho ajudava-a financeiramente, com compras para a casa dela. Contudo, ele continuava amando a noiva e, quando ela (a noiva) o procurou, reataram o relacionamento;, explicou a aposentada.

Em 29 de outubro, o vigilante entrou em contato com a suspeita pelo WhatsApp e terminou o relacionamento. ;Ela (a noiva) veio aqui (na casa dele). Eu fui fraco e dei esperanças para ela. Eu te peço perdão por isso. Mas, na hora, meu sentimento falou mais alto. Se você quiser, em alguma oportunidade, poderemos conversar pessoalmente sobre isso;, escreveu Marcos à suposta mandante do crime. ;Parabéns para você. Sabia que estava brincando comigo e escondendo algo;, respondeu ela.

Nos textos trocados, Marcos Aurélio teria rompido o namoro. O Correio apurou que, como a suspeita não aceitava o término, o vigilante a bloqueou no WhatsApp e no Facebook. Entretanto, isso não foi suficiente. A mulher conseguiu o número de telefone da mãe da vítima e passou a importuná-la. ;Ela estava inconformada e dizia, com todas as letras, que não aceitaria o fim. Que o meu filho não poderia ter terminado o namoro pelo telefone e cortado qualquer relação. Disse que gostava dele e que o faria feliz. Mas expliquei que ele amava a noiva e que essa situação não poderia continuar. Em seguida, pedi para que ela seguisse a vida;, afirmou Sônia Maria.
Buscas

Na manhã de sábado, Marcos Aurélio saiu do trabalho, no SIG, para a Rodoviária do Plano Piloto. No local, o vigilante pretendia pegar um ônibus para o Recanto das Emas. O objetivo inicial era buscar o filho, de 9 anos, fruto de outro relacionamento do vigia. Contudo, teria seguido até a residência da ex-namorada, em Samambaia Sul. Eles estavam separados havia 11 dias. Depois desse encontro, o vigilante não foi mais visto com vida.

Até o momento, os investigadores da 32; DP sabem que quem matou a vítima esquartejou o corpo. As pernas e os braços dele foram encontrados na QR 327 de Samambaia Sul, na segunda-feira. Um dia depois, agentes acharam o tronco de Marcos Aurélio, na QR 325. Na madrugada de ontem, policiais encontraram uma das coxas. À tarde, contaram com ajuda de uma equipe de busca e resgate com cães do Corpo de Bombeiros para tentar localizar o restante do cadáver no Aterro Sanitário de Brasília, na DF-180.

Frieza

De acordo com a mãe da vítima, a suspeita entrou em contato com ela por telefone após o assassinato. ;Ela pediu para falar com o meu filho. Eu disse que ele estava desaparecido e, que se ela estivesse com o Marcos Aurélio, precisava nos informar. Mas ela negou tudo;, relatou. ;Ainda no sábado, ela me contatou pedindo para vir à minha casa para me dar um abraço. Neguei. Em seguida, essa mulher ainda falou que precisaríamos ir à igreja rezar pelo bem do meu filho. Como cabe tanta crueldade em um ser humano? Ela me ouviu chorar de desespero. Mentiu na minha cara. Quero que ela pague;, afirmou.

Segundo a mãe, Marcos Aurélio trabalhava para criar o filho. ;Ele tinha o sonho de passar na prova de concurso para agente penitenciário de Goiás, que seria em 24 de novembro;, contou. A vítima mantinha rotina intensa. Em dias alternados, ele trabalhava no restaurante do SIG, durante a madrugada. Além disso, atuava como segurança em uma loja em shopping de Taguatinga Sul.

No tempo que tinha livre, Marcos Aurélio se preparava para defender o Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) no curso de publicidade. ;A gente quer justiça. A dor não vai passar, mas eu quero que algo seja feito. Estou revoltada, porque o meu filho era tudo para mim. Meu mundo acabou. Não tenho mais ânimo para nada. No fundo, tínhamos a esperança de ele estar vivo;, lamentou a mãe.


"Ela (ex-namorada) estava inconformada e dizia, com todas as letras, que não aceitaria o fim.
Que o meu filho não poderia ter terminado o namoro pelo telefone e cortado qualquer relação;

Mãe da vítima

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