postado em 23/11/2019 04:36
[FOTO1]A violência contra a mulher tornou-se assunto recorrente nas páginas dos jornais, nos sites de notícias, nas redes sociais e em outros meios de comunicação. Apenas no Distrito Federal, 30 mulheres foram vítimas de feminicídio em 2019 e mais de 13 mil sofreram agressão dentro do ambiente familiar até outubro deste ano, segundo dados da Secretaria de Segurança Pública. Para debater a forma com que o tema é discutido nos meios de comunicação, o Correio, em parceria com Comitê Permanente de Promoção da Equidade de Gênero e Raça do Senado Federal, realiza, na próxima quinta-feira, o 1; Colóquio de Violência de Gênero e Mídia.
No evento, especialistas e profissionais da imprensa discutirão questões de gênero, feminicídio e as diferentes formas de violência contra as mulheres retratadas em diferentes plataformas ; mídia impressa, internet, fotografia e publicidade ; e como as abordagens podem influenciar a violência cotidiana. A ideia da ação é discutir como formar novos comunicadores que combatam os estereótipos.
Para a editora de Opinião do Correio, Dad Squarisi, uma das participantes do encontro, o debate é importante para ressaltar que a violência contra a mulher não é algo que continua entre quatro paredes. ;Hoje, as pessoas têm conhecimento. Depois que a imprensa passou a divulgar os horrores, a sociedade acordou para o fato. Depois disso, surgiu a Lei Maria da Penha, o Disque Denúncia, os abrigos destinados às mulheres em risco. Tudo isso é consequência da abertura das denúncias pela imprensa;, afirma.
O evento coincide com a semana do Dia Internacional para a Eliminação da Violência Contra as Mulheres, em 25 de novembro. ;Um evento na semana em que se tem uma data assim, de extrema importância, ganha ainda mais relevância;, destaca Dad. ;Quem participar vai ouvir coisas importantes para ajudar uma mulher que passa por situação de agressão. Se todos derem as mãos, com conhecimento, formamos uma rede de solidariedade para, se não acabar com a violência, reduzi-la;, disse.
A diretora-geral do Senado, Ilana Trombka, também convidada para o debate, reforça que a população toma conhecimento dos casos por meio da cobertura da imprensa e as informações, segundo ela, tornam-se decisivas para a formação da consciência coletiva em relação a esse tipo de crime. ;Tão importante quanto debater as formas de prevenção e punição desses crimes é discutir a forma como esses casos chegam ao conhecimento da população;, afirma.
Para ela, o aumento dos casos de feminicídio coloca o Brasil longe dos países civilizados. ;É inaceitável que uma pessoa seja agredida ou morta pelo fato de ser o que ela é. A violência tem seu ápice no feminicídio e é uma amostra da sociedade machista em que vivemos. E os veículos de comunicação falarem sobre isso gera uma amplitude de forma que todos possam interagir;, completa Ilana.
Parceria
O 1; Colóquio de Violência de Gênero e Mídia será realizado na próxima quinta-feira, no auditório do Correio das 9h às 13h. Os debates serão divididos em dois painéis. O primeiro abordará os métodos usados para melhorar a cobertura dos casos e não expor as vítimas. O segundo tratará da influência da mídia e do público nos casos de feminicídio. O evento em parceria com o jornal será uma das ações promovidas na programação do Senado nos 16 dias de ativismo pelo fim da violência contra as mulheres ; ciclo de atos mundiais que ocorrem anualmente no mês de novembro.
Programe-se
1; Colóquio Violência de Gênero e Mídia
28 de novembro, das 9h às 13h, no Auditório do Correio Braziliense (SIG Quadra 2, n; 340). Entrada gratuita. Inscrições pelo www.correiobraziliense.com.br/eventoscb/#incricoes. Vagas limitadas