[FOTO1]Cerca de 100 pessoas se reuniram no gramado em frente ao Congresso Nacional na manhã desta segunda-feira (25/11) em um ato simbólico da luta contra a violência sofrida por mulheres. 1.206 cruzes foram fincadas não área verde, em referência às vítimas de feminicídio no Brasil. Além disso, sobre uma cruz de tecido negro, estavam pares de sapato representando as 30 mulheres mortas em feminicídios neste ano no Distrito Federal.
A manifestação, organizada pela deputada federal Flávia Arruda (PL-DF) reuniu diversos movimentos sociais. ;Nós precisamos tomar medidas enérgicas e urgentes para combater a violência contra a mulher;, declarou a parlamentar. ;A cultura machista está arraigada na nossa sociedade. É um problema cultural que a gente precisa trabalhar no dia a dia.;
Eunice Nascimento, 68 anos, é uma das mulheres que conseguiu se livrar de um relacionamento abusivo. Presidente da Associação do Idoso do Varjão, ela levou um grupo de idosas para participar do ato na esplanada. ;A gente vê tanta morte e não dá mais para aguentar tanto feminicídio;, crítica. Por nove anos morando no interior da Bahia, ela aguentou todo tipo de agressão. ;Era um casamento mal feito, só de conturbação e violência. Larguei tudo e vim para Brasília. Só quem viveu algo assim sabe o quanto é doído.;
O ato no gramado teve início com um minuto de silêncio pelas vítimas de feminicídio. Em seguida, a deputada Flavia Arruda fez uma lista de presença com os nomes de cada uma. Um helicóptero sobrevoou a área jogando pétalas de rosa sobre os presentes. Logo após, o público se dirigiu ao plenário da Câmara dos Deputados para uma sessão solene.
Dias de luta
Em 1991, a Organização das Nações Unidas (ONU) instituiu o 25 de novembro como o Dia Internacional pela Eliminação da Violência contra as Mulheres. A data de hoje dá início à campanha anual de 16 dias de ativismo pelo fim dessa prática e inclui uma série de atividades ; em Brasília, no restante do Brasil e no mundo ; para debater o tema e alertar para a gravidade do cenário. As ações ocorrem até 10 de dezembro, quando se comemora a aprovação da Declaração Universal dos Direitos Humanos.