Cidades

Suspeito de ocultar cadáver da mãe após feminicídio é liberado pela Justiça

O jovem de 21 anos passou por audiência de custódia nesta quarta-feira (27/11). Ele teria ajudado o tio a enterrar a mãe, depois de ter sido ameaçado

Darcianne Diogo , Sarah Peres
postado em 27/11/2019 17:31
[FOTO1]A Justiça concedeu liberdade provisória a Brendo Sousa Moraes, 21 anos, filho da cabeleireira Sandra Maria Sousa Moraes, 39. A (23/11) pelo irmão, Danilo Moraes Gomes, de acordo com investigação da 38; Delegacia de Polícia (Vicente Pires). O jovem é suspeito de ter ajudado o tio a enterrar o corpo da mãe no assentamento 26 de Setembro, em Vicente Pires, onde a família residia. A mulher é a 32; vítima de feminicídio no DF este ano.
Brendo estava preso por ocultação de cadáver e passou por audiência de custódia na manhã desta quarta-feira (27/11), no Departamento de Controle e Custódia de Presos (DCCP), no Complexo da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF). No entendimento da juíza que presidiu a sessão, Lorena Alves Ocampos, o jovem não responde pelo feminicídio de Sandra e, conforme os depoimentos prestados à 38; DP, só soube do crime após ação do tio. Por isso, o suspeito não teria envolvimento na morte da mãe.
"Esclareço novamente que não há indícios de que o autuado esteja envolvido na morte de sua mãe e que a todo momento ele colaborou com a polícia mostrando o local do corpo, mostrando as câmeras do local e descrevendo em detalhes tudo o que ocorreu (...) Conforme consta, após a prática do feminicídio, o seu tio Danilo o procurou e o levou até a sua residência, em que estavam ambos os agentes sozinhos e o tio possuía uma faca no local. Inicialmente o tio afirmou que a irmã do autuado que teria matado a vítima, e posteriormente o autuado percebeu que se tratava de uma mentira", destacou Lorena Alves Ocampos na decisão.
A magistrada também esclareceu que Brendo afirmou ter enterrado o corpo da mãe por medo do próprio tio, pois se sentia ameaçado a todo momento, uma vez que Danilo estava armado com uma faca. "Disse, inclusive, que foi obrigado a, juntamente com sua esposa, dormir na casa do tio, afirmando que este estava no controle da situação. Disse ainda, que na primeira oportunidade que teve (após a irmã conseguir sair da residência do tio e chamar a polícia), colaborou com a polícia. (...) Assim, por impossibilidade legal e diante das circunstâncias narradas, mostra-se desarrazoado manter o autuado preso provisoriamente", afirmou a juíza Ocampos.

Entenda o caso

Apesar de Sandra Maria ter sido morta na sexta-feira (23/11), o corpo da vítima só foi encontrado por agentes da 38; DP na segunda-feira (25/11). A mulher estava enterrada no Assentamento 26 de Setembro, em uma área de mata que faz divisa com o Parque Nacional de Brasília. A cabeleireira teria sido estrangulada com um cabo de telefone enrolado no pescoço. O irmão dela, Danilo Moraes, é o principal suspeito e é foragido por este crime. Ele já é foragido da Justiça do Maranhão, onde matou uma mulher.
De acordo com apuração do caso, após cometer o feminicídio, Danilo teria procurado o sobrinho Brendo. Para convencer o jovem, ele alegou que a irmã dele tinha matado a mãe. Após a ocultação do cadáver, a filha de Sandra Maria foi obrigada a ir para a residência da família, no Assentamento 26 de Setembro. Ali, Danilo teria dito à sobrinha que Brendo teria matado a própria mãe e, por isso, os três deveriam morar juntos e manter a história em segredo.
A filha da vítima teria sido mantida em cárcere privado na residência durante o fim de semana e, inclusive, teria sido molestada pelo próprio tio. A mulher só conseguiu escapar e relatar sobre os crimes para investigadores da 38; DP na segunda-feira (23/11), quando Danilo saiu para trabalhar. Policiais encontraram o irmão dela na casa da família e o prenderam.

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