Cidades

A informação no combate à violência de gênero

Correio Braziliense
Correio Braziliense
postado em 28/11/2019 04:07

Os casos de violência contra a mulher têm aparecido cada vez mais nos veículos de comunicação. Muito mais que simples relatos sobre agressões e feminicídios, que tiveram aumento em 2019, as reportagens sobre o tema podem ser aliadas no combate a essa realidade. Para a editora de Opinião do Correio Braziliense, Dad Squarisi, a imprensa tem um poder enorme nas mãos. ;Temos que assumir esse papel de abrir os olhos da sociedade. Apontar caminhos e mostrar como as pessoas podem sair dessa situação e se defender. Agredir mulher não é normal e não pode ser algo naturalizado;, afirma Dad. Ela é uma das debatedoras do 1; Colóquio de Violência de Gênero e Mídia, que ocorre hoje no auditório do Correio. O evento, realizado em parceria com o Comitê Permanente de Promoção da Equidade de Gênero e Raça do Senado Federal, tem como intuito debater a forma como o assunto é retratado nas diferentes plataformas de informação. O colóquio insere-se na programação dos 16 dias de ativismo pelo fim da violência contra as mulheres, ciclo de ações promovido anualmente em novembro e que mobiliza o Brasil para tratar de questões relativas à violência de gênero.Segundo a Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal, mais de 13 mil mulheres sofreram agressão dentro do ambiente familiar até outubro deste ano. Em relação aos feminicídios, o DF teve aumento de 10,3% em relação ao ano passado. Já são 32 casos confirmados contra 29, em 2018.


Para Lia Zanotta, antropóloga pela Universidade de Brasília (UnB) e especialista em violência contra a mulher, a mídia tem papel fundamental na desmistificação dos contextos que envolvem os crimes. ;Deve-se mostrar que o feminicídio é uma realidade, e não uma questão excepcional. Não são crimes passionais, são fúteis. E a informação deve acabar com essa ideia. Você não tem uma grande paixão e mata. Você tem um grande ódio e uma vontade de controlar o outro. Essa violência não acontece em momentos de fraqueza e paixão. Os atos de raiva e controle dos homens sobre as mulheres são construídos, por isso eles matam;, analisa.

Agenda

1; Colóquio Violência de Gênero e Mídia
28 de novembro, das 9h às 13h
Auditório do Correio Braziliense (SIG Quadra 2, n; 340). Entrada gratuita.
Inscrições pelo www.correiobraziliense.
com.br/eventoscb/#incricoes. Vagas limitadas.

Programe-se

9h
Credenciamento
9h30
Mesa de abertura
Zenaide Maia ; senadora e presidente da Comissão Permanente Mista de Combate à Violência
Contra a Mulher.
Ilana Trombka ; mestre em comunicação, cofundadora do Grupo Mulheres do Brasil, seção do DF, e diretora-geral do Senado Federal
Dad Squarisi ; editora de Opinião do Correio Braziliense

10h
Painel 1 ; Mídia e a reprodução dos estereótipos de gênero
Adriana Bernardes ; coordenadora de produção de Cidades do Correio Braziliense
Sinara Bertholdo de Andrade ; comunicadora social com mestrado e doutorado em linguística e pesquisadora de técnicas de fotografia como divulgação e metodologia
de estudo
Isabel Clavelin ; doutora em comunicação e assessora de comunicação da ONU
Mulheres Brasil

11h30
Painel 2 ; Feminicídio e a culpabilização da vítima:
problema da mídia?
Roberta Gregoli ; doutora em comunicação e consultora internacional em direitos das mulheres
Luciana Gomes de Araújo ; jornalista com formação extensiva em gênero e sexualidade,
coautora do livro Feminicídio: #invisibilidademata e consultora de comunicação em temas como mídia, violência sexual e feminicídio

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação