[FOTO1]Diante do aumento no número de casos de feminicídio no Distrito Federal, o Correio Braziliense realiza, nesta quinta-feira (28/11), o 1; Colóquio Violência de Gênero e Mídia, em parceria com o Comitê Permanente de Promoção da Equidade de Gênero e Raça do Senado Federal. Dividido em dois painéis, seis palestrantes debaterão com o público a forma como o assunto é tratado pela mídia em diferentes plataformas. O colóquio faz parte da campanha de 16 dias pelo fim da violência contra a mulher, iniciada em 25 de novembro, data instituída pela Organização das Nações Unidas (ONU) como Dia Internacional para Eliminação da Violência contra as Mulheres.
Dad Squarisi, editora de Opinião do Correio, abriu a mesa de discussões e lembrou como, historicamente, a submissão sempre foi imposta às mulheres, enquanto aos homens era dito que eles têm direito sobre os corpos delas. ;Não é de hoje que homem bate em mulher. Não é de hoje que homem mata mulher. Na Bíblia, a mulher era apedrejada até a morte. Na Idade Média, era jogada na fogueira. Assim é no mundo todo.;
Dad lembrou que a agressão às mulheres está presente mundo afora. ;O Brasil está mal na foto. Segundo a ONU, é o pior pais em violência de gênero na América Latina. É a quinta nação que mais mata mulheres no mundo, atrás de El Salvador, Colômbia, Guatemala e Rússia.; Ela reforçou o papel da imprensa ao ;meter a colher;, informando quando uma mulher é agredida. ;A prevenção passa, necessariamente, pela mídia e pelas salas de aula.;
Senado
Em seguida, a diretora-geral do Senado, Ilana Trombka, destacou os dados do Atlas da Violência 2019. ;Houve recentemente quem falasse que não deveríamos cobrir feminicídios, como se isso impedisse que eles acontecessem;, ironizou. ;Há uma violência que me preocupa sobremaneira. Não é a patrimonial, nem a psicológica, mas a simbólica. É aquela que quer invisibilizar a mulher. Que não quer que ela tenha lugar de fala.;
Ela ressaltou a importância de ter mulheres em espaços de poder. ;Mas a ideia de que mulheres podem aprender tanto quanto homens ainda não está assentada na sociedade brasileira. E é por isso que ainda acontece a violência contra a mulher. O tempo sem dúvida mudará essa cultura, mas não temos tempo a perder e não podemos esperar que o caminhar lento da humanidade um dia apresente aos nossos netos uma sociedade mais justa.;
A senadora Zenaide Maia (Pros), presidente da Comissão Permanente Mista de Combate à Violência Contra a Mulher, concluiu a abertura lembrando que ;informação é poder;. ;A Lei Maria da Penha é considerada moderníssima, mas chama a atenção depois de 13 anos. Só punir não resolve. A gente tem que passar pela educação.;