Cidades

Homem é preso após atear fogo em apartamento e manter bebê como refém

De acordo com a Polícia Civil, a criança é filha do suspeito. O socorro foi realizado por um policial militar de folga

Caroline Cintra
postado em 29/11/2019 09:14
[FOTO1]Um homem de 20 anos foi preso após colocar fogo no apartamento onde mora e manter o filho, um bebê de 9 meses, refém em Ceilândia, na manhã de quinta-feira (28/11). De acordo com a Polícia Civil, ele e a companheira haviam discutido minutos antes. A mulher teria dito que não o deixaria ver mais a criança. Depois disso, ele colocou fogo no imóvel, trancou a porta, deixando a mãe do bebê do lado de fora. Ninguém ficou ferido.

O socorro foi feito por um policial militar de folga. Em depoimento na delegacia, ele contou que estava em um lava a jato quando foi acionado por uma pessoa que passava na região. A informação era de que havia uma casa pegando fogo e que no local estava uma criança.

O militar se deslocou até a EQNN 21/23 e viu o apartamento com sinais de fumaça. "Ele chegou e viu a mulher desesperada do lado de fora do apartamento, conseguiu entrar e conseguiu tirou o bebê dos braços do homem", contou o delegado-chefe da 24; Delegacia de Polícia (Setor O), Ricardo Viana. Em seguida, o militar deu voz de prisão e o encaminhou para a unidade policial.
À polícia, o suspeito disse que "queria assustar a companheira e que não faria nenhum mal para o bebê, só não queria ficar separado dele", disse o delegado. Após o depoimento, a Polícia Civil decidiu manter a prisão em flagrante por tentativa de homicídio. Ele foi recolhido ao cárcere e ficará à disposição da Justiça para audiência de custódia.

De acordo com Viana, o homem responderá ainda por emprego de fogo. "Em caso de homicídio consumado, a pena varia de 12 a 30 anos. Nesse caso, vai depender do que a Justiça determinar. Em casos de tentativa, a pena diminui de um terço a dois terços", explicou.
Por ter inalado muita fumaça, o bebê precisou ser socorrido pelo Corpo de Bombeiros e levado para o Hospital Regional de Ceilândia. Ela ficou sob observação médica por 3 horas e, em seguida, recebeu alta. Ele passa bem.

Violência doméstica

A professora Lia Zanotta explica que a violência doméstica não é apenas quando ocorre agressão física. Ela pode ser dividida também em outras categorias, como verbal, psicológica, moral, patrimonial, ameaça, entre outras.
"O homem usou o próprio filho para chantagear a mulher. Ele praticou violência contra o filho e contra ela", destaca a professora do Departamento de Antropologia da Universidade de Brasília (UnB) Lia Zanotta Machado.
Lia ressalta ainda que a vítima deve denunciar ao Juizado de Violência contra a Mulher e, para defender o filho, denunciar a violência contra a criança. Se ela conseguir, o suspeito pode perder a guarda do filho e ficar sob o risco de não visitar a criança provisoriamente. "Ela deve procurar, imediatamente. Tanto como proteção para ela, como para o filho", destaca.
ONDE PEDIR AJUDA
Central de Atendimento à Mulher em Situação de Violência ; Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência da República
Telefone: 180 (disque-denúncia)

Centro de Atendimento à Mulher (Ceam)
De segunda a sexta-feira, das 8h às 18h
Locais: 102 Sul (Estação do Metrô), Ceilândia, Planaltina

Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (Deam)
; Entrequadra 204/205 Sul - Asa Sul
(61) 3207-6172

Disque 100 ; Ministério dos Direitos Humanos
Telefone: 100

Programa de Prevenção à Violência Doméstica (Provid) da Polícia Militar
(61) 3910-1349 / (61) 3910-1350

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação