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Meta é privatizar a CEB até abril

A previsão de passar à iniciativa privada a Companhia Energética de Brasília (CEB) é do governador Ibaneis Rocha (MDB), que participou de encontro com grupo de empresários. Emedebista também fez balanço do primeiro ano à frente do governo

Correio Braziliense
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postado em 14/12/2019 04:43
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Com dívida bilionária, a Companhia Energética de Brasília (CEB) está no topo da lista de prioridades do GDF para privatizações. O governador Ibaneis Rocha (MDB) afirmou ontem que a previsão é de que até março ou abril de 2020 o processo esteja concluído. A estimativa foi dada durante reunião com o Grupo de Líderes Empresariais (Lide) Brasília, no início da tarde, quando o governador apresentou resultados do governo e fez um balanço do primeiro ano à frente do Palácio do Buriti. Outras estatais, como a Companhia do Metropolitano do Distrito Federal (Metrô/DF) e a Companhia de Saneamento Ambiental do DF (Caesb), também estão na mira do Executivo local e a caminho da iniciativa privada.

Ibaneis acrescentou que a equipe do governo está empenhada em dar rapidez ao processo, mas assegurou que tudo será feito com responsabilidade e dentro da legalidade. ;(A data) É uma previsão. Estamos acelerando para que tudo seja feito dessa maneira. A gente sabe que tem também de passar pelo Tribunal de Contas do DF;, explicou. Recentemente, a greve de funcionários da CEB deu força ao desejo do GDF de sacramentar a privatização na companhia.

Ao se dirigir aos empresários, o chefe do Palácio do Buriti destacou que as propostas de passar a gestão de estatais para a iniciativa privada são um ponto importante para o desenvolvimento econômico do Distrito Federal. E ressaltou que o tema foi deixado de lado por outros governadores. ;Ninguém teve coragem de enfrentar isso antes;, lembrou.

Somadas às privatizações, outras ações do GDF, segundo Ibaneis, proporcionam atualmente um ambiente favorável ao empresariado. ;Segurança jurídica e credibilidade são as grandes palavras desse governo. Estamos trabalhando para isso ser cada vez mais forte;, declarou Ibaneis. Ele destacou também a chegada de novas empresas ao DF. ;Brasília vai passar por um boom de desenvolvimento, e isso vem por causa do trabalho feito por uma equipe. Quem não acreditar em Brasília vai perder tempo e oportunidade.;

Presidente do Lide Brasília, o empresário Paulo Octávio elogiou ações do governo e concordou que o cenário de hoje, de fato, é de otimismo. ;Brasília tem a menor inflação do país e o maior crescimento. Isso mostra que a economia está andando. Estamos sentindo maior segurança jurídica, a burocracia está reduzindo, houve o fim do diferencial de alíquota do ICMS. A coisa está caminhando para Brasília ter o que merece;, comentou.

Avaliação e elogios

No discurso de pouco mais de 20 minutos voltado para o empresariado e para lideranças políticas, o governador fez um balanço do primeiro ano de gestão. Ele destacou melhorias nas áreas de saúde e segurança. ;Na saúde, não estamos no ideal, mas avançamos muito;, avaliou. ;Na segurança, assumimos o governo com uma guerrilha entre Polícia Militar e Civil e estamos conseguindo, aos poucos, pacificar;, acrescentou.

O governador também chamou a atenção para a infraestrutura. Segundo ele, os buracos da cidade foram tapados, e a intenção é que até 2022 toda a capital esteja iluminada com lâmpadas de LED, além dos investimentos em obras. ;Temos um conjunto de realizações feitas, mas temos muito mais a oferecer;, disse. No evento, Ibaneis também fez elogios a diversos setores e atores da capital. Câmara Legislativa, bancada distrital no Congresso Nacional, Sistema S e Tribunal de Contas do DF foram alguns dos citados pelo emebedista. Ele também dedicou afagos a diversos secretários e ao time do governo local. ;Sem equipe não tem técnico que possa resolver;, declarou.

Reajuste

Questionado sobre os projetos aprovados pela Câmara Legislativa nas últimas sessões e sobre a emenda ao orçamento, feita pelo distritalEm agosto, a Companhia Energética de Brasília (CEB) firmou acordo de cooperação com o Banco Nacional do Desenvolvimento (BNDES) para a estruturação do projeto de alienação de 51% das ações da distribuidora de energia ; os demais 49% permanecerão com o Governo do Distrito Federal (GDF). A subsidiária acumula Fábio Felix (PSol), que prevê o pagamento da terceira parcela do reajuste, Ibaneis Rocha afirmou que as propostas serão avaliadas com cuidado. ;No caso da emenda, precisaremos fazer uma análise comparativa com a decisão que está para sair do Supremo Tribunal Federal (STF) para ver qual é o grau de legalidade disso;, ressaltou.

Entre as iniciativas aprovadas pelos distritais, o governador destacou a liberação para que o Instituto de Gestão Estratégica da Saúde (Iges/DF) construa Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) e o aval para o Desenvolve-DF, que reformula o antigo Pró-DF e oferece incentivos ao empresariado. ;O Desenvolve é um projeto que Brasília clamava havia muito tempo. Os programas que foram feitos ficaram abandonados e desvirtuados e, agora, nós temos um instrumento legislativo capaz de regularizar o que ficou no passado e também pensar a cidade para o futuro com novos polos de desenvolvimento;, argumentou.



Negociação

A direção da CEB e o Sindicato dos Urbanitários do Distrito Federal (STIU/DF) aceitou, em 6 de dezembro, a proposta apresentada pelo Tribunal Regional do Trabalho da 10; Região, pondo fim à greve iniciada no dia 3. A paralisação começou depois que a CEB anunciou cortes em benefícios, como a redução da remuneração de férias, fim do quinquênio, diminuição da indenização por morte e invalidez não decorrente de acidente de trabalho, além da falta de reajuste salarial da categoria. A alegação era a falta de verba. Pelo acordo, alguns dos cortes que a companhia pretendia fazer foram mantidos, outros não. Os trabalhadores conseguiram a ampliação do vale-alimentação, de R$ 1.300,20 para R$ 1.398. Mas houve redução do auxílio-babá e extinção do tíquete natalino. Também não haverá reajuste salarial.



Memória

Contrato com BNDES

R$ 1,1 bilhão em dívidas. Desde o início da gestão, a empresa adota medidas para tentar sair do vermelho. Em junho, fez um aporte de R$ 81,173 milhões na distribuidora para liquidar dívidas em atraso com fornecedores de energia. Além disso, intensificou a cobrança de inadimplentes. As intervenções, porém, não foram suficientes. Por isso, o contrato com o BNDES inclui a montagem prévia de operação de captação de recursos para a reestruturação financeira da subsidiária a fim de torná-la mais atraente para o mercado.

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