Cidades

MPDFT aponta falhas em embarque prioritário de mulheres no BRT

Prioridade consta em lei distrital, mas, conforme vistoria do Ministério Público, só é cumprida adequadamente na estação de Santa Maria

Jonathan Luiz*
postado em 17/12/2019 18:48
[FOTO1]O Núcleo de Gênero do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) encaminhou um ofício ao secretário de Transporte e Mobilidade, Valter Casimiro Silveira, sugerindo a padronização no procedimento de embarque prioritário para mulheres nos ônibus do BRT. O local preferencial para entrada de mulheres consta na lei distrital n; 6.282/2019, de autoria do deputado distrital Leandro Grass (Rede), mas, conforme vistoria do Setor de Perícia e Diligência do MPDFT, não vem sendo cumprido adequadamente.
Durante a inspeção, feita em 13 de novembro, o MPDFT constatou que apenas o terminal de Santa Maria seguia a determinação de forma correta. Nos demais, filas separadas são formadas ao longo das plataformas, o que prejudica o fluxo de passageiros nos locais.
Além do embarque prioritário, a lei ainda exige que, no horários de pico, 30% da frota do BRT seja exclusiva para mulheres. Nesse quesito, o MPDFT não encontrou falhas no cumprimento da norma. O Núcleo de Gênero, contudo, sugeriu a ampliação do horário de pico, uma vez que, de acordo com estudos recentes divulgados pelo Governo do DF, a faixa de maior incidência de violência sexual contra mulheres é das 6h às 8h59 e das 18h às 20h59.
A ideia de veículos exclusivos divide os usuários do BRT. ;Creio que a ideia é boa por conta de assédios que acontecem diariamente dentro dos transportes, porém ela foi mal-executada. O ideal seria colocar mais ônibus à disposição e não tirar daqueles que já são poucos;, disse a estudante de jornalismo Fernanda Strickland, 23 anos, que pega a linha paradora no terminal do Gama para ir à faculdade.
A secretária Priscila Santos, 22, que também pega o BRT no terminal do Gama, avalia que os ônibus exclusivos não deveriam ser restritos à linha expressa. ;A intenção da proposta é boa, já que o objetivo é diminuir o assédio. Porém, seria mais valorizada se a exclusividade fosse para todas, não somente para a linha expressa;, afirmou.
*Estagiário sob supervisão de Fernando Jordão

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