Cidades

PCDF prende sete pessoas envolvidas em esquema de furto de combustível

A quadrilha, composta por motoristas dos caminhões que transportavam os inflamáveis, foi flagrada com 2.500 litros de óleo diesel e gasolina

Marcos Braz*
postado em 18/12/2019 20:17
[FOTO1]A Polícia Civil prendeu, na manhã desta quarta-feira (19/12), sete integrantes de uma organização criminosa voltada para furto e receptação de gasolina e diesel no Distrito Federal. Entre os envolvidos estão caminhoneiros e receptadores da carga desviada. A operação, batizada de S10 em referência ao óleo diesel, também contou com cumprimento de nove mandados de busca e apreensão.
As investigações da Coordenação de Repressão aos Crimes Patrimoniais (Corpatri) revelaram que os suspeitos dos desvios de combustível são os próprios motoristas dos caminhões-tanque. O crime ocorria da seguinte maneira: ao carregar o caminhão com combustível para a entrega, os entregadores faziam retiradas da carga e colocavam em galões e até caixas d;água. Esses recipientes eram repassados aos jiboeiros (receptadores) e estes, por sua vez, repassavam aos consumidores finais.

O desfalque acontecia no caminho da usina à distribuidora, que repassa o combustível para os postos, e também no caminho da distribuidora aos postos e outros compradores, como fazendas. Alguns compradores sequer sabiam que estavam sendo furtados.

Pelo fato de o combustível apresentar medidas dilatáveis, ou seja, poder ocupar um volume maior após agitação, e alguns dos locais de entrega não terem maquinário de medição de precisão, como as fazendas, os motoristas entregavam quantidades menores que as adquiridas pelos compradores. Até 100 litros foram roubados de uma só vez, segundo a investigação.

A revenda era feita em quatro veículos espalhados em pontos distintos do DF. Uma Kombi, um carro de passeio, uma caminhonete e um caminhão de pequeno porte foram apreendidos com cerca de 2.500 litros de gasolina e óleo diesel S10. Os alvos da operação foram detidos em endereços nas regiões de Samambaia, Recanto das Emas, Ceilândia e SIA.

Segundo o titular da Delegacia de Polícia Especializada (DPE), Eliandro Couto, os principais receptadores do combustível eram pequenos comerciantes das cidades em que foram feitas as apreensões. ;Algumas vítimas, pela falta de capacidade pessoal ou técnica, não têm condições de fazer medição. Compram 5 mil litros, mas não sabem se estão recebendo. Nessa falha o combustível é subtraído;, explica.

Os suspeitos presos em flagrante responderão por furto e receptação de combustíveis, associação criminosa e delitos ambientais.

Prejuízo

Não há estimativa dos prejuízos sofridos. Contudo, o lucro era certo. Um galão de 20 litros de óleo diesel era comprado por R$ 40 e revendido por R$ 60 em poucas horas. Segundo a Polícia Civil, os suspeitos chegavam a faturar cerca de R$ 900 com a venda dos combustíveis furtados. Uma das vítimas do grupo acumulou prejuízo de R$ 50 mil. O grupo atuava há anos.

Com o lucro, o dinheiro era novamente inserido na atividade, gerando um processo cíclico de criminalidade. A PCDF acredita que esse grupo criminoso seria o segundo maior no Distrito Federal nesse segmento.

A ação desta terça foi um desdobramento da operação batizada de Dianomeia, que significa "distribuidora", em grego. A investigação aponta que os integrantes da organização são de uma mesma família. A força-tarefa é dirigida pela Coordenação de Repressão aos Crimes Patrimoniais (Corpatri).

Caminhões de empresas terceirizadas, que prestam serviço para o Governo do DF, também eram abastecidos com a gasolina e o diesel desviados, segundo a Polícia Civil.

De acordo com o delegado André Leite, responsável pelo caso, veículos que prestam serviço à Novacap foram beneficiados com o combustível revendido pelo grupo. No entanto, a polícia descarta a participação de servidores do GDF no esquema.

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