Cidades

"Ela queria viver até os 100 anos", diz filho de artesã morta em acidente

Maria do Carmo Nascimento foi enterrada nesta segunda-feira (23/12). A passageira não resistiu após um Golf preto colidir contra o táxi em estava. Polícia investiga quem dirigia o Golf

Thais Umbelino*
postado em 23/12/2019 18:14
Maria do Carmo morreu após o carro em que ela estava ser atingido por um Golf em alta velocidade. Motorista não prestou socorro"Minha alma está em paz, não quero vingança." Foi com esse sentimento que o pastor Sérgio Santos, se despediu da mãe Maria do Carmo Nascimento Santos, 85 anos. O corpo da artesã foi enterrado nesta segunda (23/12), às 16h, no Cemitério Campo da Esperança.

Antes do enterro, familiares e amigos prestaram as últimas homenagens à Maria do Carmo em uma igreja na Asa Sul. O sentimento que fica é de saudade. "Ela faria 86 anos no dia 27. Essa semana disse que queria viver até os 100 anos", lamenta Sérgio.

Ela foi vítima de um acidente de trânsito. O táxi em que ela estava foi atingido por um Golf preto em alta velocidade, na manhã de domingo (22/12), às 10h, no Eixo Monumental. O taxista José Clemente de Barros, 69 também se feriu.

Os familiares foram avisados do acidente por comerciantes da torre de TV. "Quando cheguei no hospital ela reclamava de dor. Disseram que a causa da morte foi traumatismo torácico", conta Sérgio. Pouco tempo depois de dar entrada no Hospital de Base, a Maria do Carmo não resistiu aos ferimentos e morreu.

A moradora da 410 Sul costumava fazer o trajeto rumo à Torre de TV, onde trabalhava vendendo bordados, todos os domingos. "Eu não podia levá-la pela manhã, pois, como sou pastor, neste horário eu estava no culto", explica Sérgio. Maria do Carmo e o taxista se conheciam há mais de uma década, segundo Sérgio.

Motorista do Golf

A Polícia Militar localizou o dono do Golf no mesmo dia do acidente. Porém, ele negou que estivesse ao volante no momento do acidente. Um inquérito para investigar o caso foi aberto na 5; Delegacia de Polícia (Área Central).

Apesar do sofrimento, o filho de Maria não demonstra revolta. "Não me importa muito (quem foi o responsável). Eu nem procurei saber (quem bateu no carro). Não faz bem para a alma. Agora eu vou curtir a memória da minha mãe. Vou agradecer pelo tempo que ela esteve conosco", diz.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação