postado em 24/12/2019 04:06
Um crime registrado no Sudoeste pode ser o 34; caso de feminicídio no Distrito Federal. Ontem, a servidora terceirizada do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) Luciana de Melo Ferreira, 49 anos, foi encontrada morta no apartamento em que morava, na QRSW 2 do Sudoeste, área conhecida como Sudoeste Econômico. A filha da vítima, identificada apenas como Débora, encontrou o corpo da mãe no imóvel por volta das 16h50. A suspeita de feminicídio se deve às circunstâncias em que o corpo foi encontrado ; com marcas de perfuração no tórax ;, segundo a Secretaria de Segurança Pública (SSP-DF).
Em depoimento, Débora contou que viu a mãe pela última vez no sábado. A jovem de 26 anos passou o fim de semana com o namorado e, ao retornar para casa ontem, não conseguiu abrir a porta e acionou um chaveiro. Os dois viram Luciana caída no chão, em meio a uma poça de sangue. ;Eles (Débora e o chaveiro) não entraram (na cena do crime) e chamaram a polícia para fazer a perícia;, explicou Cláudia Alcântara, delegada-chefe da 3; Delegacia de Polícia (Cruzeiro Velho). ;Dentro da casa, os objetos estavam mexidos, dando a entender que houve luta corporal;, completou.
Suspeitas
De acordo com informações da filha dadas à delegada, Luciana teria iniciado um relacionamento com o vigia Alan Fabiano Pinto de Jesus há seis meses. Ao perceber traços de agressividade na personalidade do companheiro, resolveu terminar o namoro. A vítima anunciou a decisão no momento em que os dois estavam dentro de um carro. Violento, Alan tentou bater o veículo contra uma árvore, mas Luciana conseguiu sair antes. No mesmo dia, ela registrou ocorrência na 1; DP (Asa Sul).
Após audiência de custódia, em 21 de outubro, a Justiça decidiu que o agressor responderia ao processo em liberdade mediante algumas condições. Em 4 de dezembro, foi analisado um pedido de revogação das medidas protetivas, apresentado por Alan e endossado por Luciana, após solicitação do advogado do agressor. O Ministério Público do DF e Territórios manifestou-se favoravelmente à demanda.
Choque
Moradores do prédio de Luciana se assustaram com a brutalidade do crime. Segundo eles, a região é ;tranquila e sem intercorrências;, apesar do registro de um episódio de fúria de Alan. ;Aqui, até brincamos dizendo que tem silêncio demais. Mas lembro que, alguns meses atrás, o ex da Luciana estava sentado na porta do prédio com uma feição muito estranha. Minutos depois, ouvi um barulho forte e vi que ele tinha quebrado o vidro da portaria, irritado porque ela não quis abrir para ele;, lembrou uma vizinha que não quis se identificar.