Cidades

Eixo capital

postado em 31/12/2019 04:06
O ano na política do DF
Os primeiros 12 meses de Ibaneis Rocha (MDB) à frente do GDF foram marcados pela mudança de tom ao longo do período, algumas promessas cumpridas e outras em aberto. A postura firme do governador ficou evidente na instituição de políticas públicas polêmicas como a militarização de escolas e nas trocas no comando de pastas importantes. Na Câmara Legislativa, distritais apresentaram e aprovaram número significativo de projetos em 2019, mas também houve denúncias contra parlamentares. No último dia do ano, a coluna destaca alguns dos principais fatos da política da capital em 2019.



A militarização
A principal marca do governo Ibaneis na educação foi, sem dúvida, a implementação da gestão compartilhada com a Polícia Militar em colégios. A proposta é polêmica e, apesar de bem-aceita pela população, gera críticas de parte dos parlamentares e de professores. Iniciativa similar foi adotada pelo governo federal. Na capital, os embates sobre o tema culminaram na queda do ex-secretário de Educação Rafael Parente. Ele discordou de Ibaneis sobre a aplicação do projeto em escolas que votaram contra a ideia e acabou exonerado.



Queda nos índices, feminicídios e reajustes
Na segurança pública, o GDF conseguiu reabrir todas as delegacias 24 horas e reduziu índices de crimes contra o patrimônio e homicídios em 2019. Por outro lado, o feminicídio cresceu e tornou-se uma preocupação ao alcançar número recorde. Também marcou 2019 o imbróglio para a concessão de reajustes para policiais e bombeiros da capital, que segue, depois de reviravoltas, sem resolução efetiva.



Longe do ideal
Em 2019, a saúde continuou como um dos pontos mais sensíveis para a população do Distrito Federal. As reclamações sobre filas e dificuldades são constantes. O governador Ibaneis Rocha chegou, em alguns momentos, a reconhecer que a área continua aquém do ideal, mas destacou que a culpa é dos antecessores e da situação caótica que encontrou ao chegar ao Buriti. Uma das apostas do GDF foi a criação do Instituto de Gestão Estratégica da Saúde do DF (Iges-DF), que assumiu o comando de seis UPAs e do Hospital de Santa Maria.



Reforço
Em junho, Ibaneis criou a Secretaria de Governo. Para a pasta, o escolhido foi José Humberto Pires. Trazer o empresário para o primeiro escalão do GDF era uma intenção de Ibaneis desde a transição, mas Pires recusou os primeiros convites. Antes de assumir a posição, ele colaborou, sem cargo, com a administração. A José Humberto, coube a função de integrar as equipes e gerenciar os projetos, o que deixou o governador mais livre para articulações. A escolha dele recebeu elogios até da oposição.



Trocas na cúpula do GDF
Algumas trocas importantes no primeiro escalão do GDF ocorreram no início da gestão de Ibaneis. Além da saída conturbada de Rafael Parente da Educação, Eumar Novacki deixou a Casa Civil e foi substituído por Valdetário Monteiro. No fim do ano, deixaram o governo Adão Cândido, ex-secretário de Cultura, e Gilberto Occhi, ex-presidente da Terracap. No lugar de Cândido, entrou Bartolomeu Rodrigues e no de Occhi, Izídio Rodrigues. Na segurança, deixaram o cargo os ex-comandantes da PM e dos Bombeiros Sheyla Sampaio e Emilson Santos. Julian Rocha Pontes assumiu a PM e Lisandro Paixão ficou com a direção do Corpo de Bombeiros.



Privatizações
Prioridade do governo Ibaneis, as privatizações e as parcerias público-privadas entraram na pauta em 2019. Começaram a avançar as entregas da Companhia Energética de Brasília (CEB) e do Metrô para a iniciativa privada, além da Rodoviária do Plano Piloto. A previsão é de que, no próximo ano, as medidas realmente se efetivem.



Produtividade e denúncias
A renovada formação da Câmara Legislativa aprovou 373 projetos de lei em 2019 ; 100 deles de autoria do Executivo. Além disso, a Casa devolveu R$ 46 milhões ao Executivo local com a contenção de gastos e criou a CPI do Feminicídio. Mas os escândalos envolvendo parlamentares também ficaram em evidência. Denúncias de rachadinha e suspeitas de fraude na folha de ponto foram algumas das suspeitas levantadas em 2019.



Os laranjais do DF
Em 2019, estouraram, em todo Brasil, denúncias e investigações de candidaturas laranjas nas eleições de 2018. As suspeitas também alcançaram o Distrito Federal. A Polícia Federal fez busca e apreensão nas sedes do MDB e do Pros na capital do país em busca de documentos para comprovar supostas irregularidades. No caso do Pros, a suspeita é de superfaturamento na prestação de contas de mais de 30 concorrentes à Câmara Legislativa.



Discurso amenizado
Ao longo de 2019, o governador Ibaneis Rocha (MDB) amenizou o tom dos declarações. No primeiro semestre, sobretudo, falas do emedebistas causaram polêmicas. Destacam-se, por exemplo, o momento em que o governador afirmou que o ministro da Justiça, Sergio Moro, não entendia de segurança pública, ao contestar a transferência de chefes de facções criminosas para o DF, e as duras críticas feitas aos ministros do Tribunal de Contas da União (TCU), por causa de decisões que abalariam o Fundo Constitucional.




Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação