Cidades

Organização e investimentos

Correio Braziliense
postado em 05/01/2020 04:06

Além da chegada das contas, 2020 traz novo cenário, principalmente para quem pensa em fazer o dinheiro render. Com a queda na taxa básica de juros, a Selic, investimentos em modelos tradicionais e preferidos pela maioria dos brasileiros — como caderneta de poupança e Tesouro Direto — não são mais tão atrativos assim. A tendência é de que investimentos em modelos conservadores deixem de render lucros consideráveis.

Para quem prefere não se arriscar, a dica é manter uma reserva para emergências. Economista e sócio da Kapital Projetos e Consultoria Financeira, Felipe Guarçoni afirma que essa quantia pode ser usada, inclusive, para quitar contas em atraso. “Uma coisa que faço é estabelecer um valor (das receitas), tirar para guardar e, só depois, começar a gastar com as despesas. Depois de poupar e pagar as contas, o que sobrar, você gasta, priorizando o que for mais importante”, recomenda.

Economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti destaca que fim de ano corresponde a um período de estímulo ao endividamento. “Ficamos com uma sensação de riqueza muito grande. Há o 13º salário, o bônus que algumas empresas dão. Mas muitas pessoas não se organizam financeiramente para que isso dure o quanto deveria”, observa. Ainda segundo ela, pesquisas apontam que a crise econômica e a falta de educação financeira são fatores de influência para esse cenário. “Quem está com dívidas precisa ver o que pode cortar de gastos e pagá-las. É importante fazer alguns sacrifícios para não deixá-las crescer com mais juros.”

Metas

O advogado Leonardo Conte, 36 anos, passou por uma reviravolta na vida financeira nos últimos cinco anos e conseguiu deixar as dívidas para trás, além de começar a acumular patrimônio. À época, com dificuldades para controlar o orçamento pessoal, ele se endividou, principalmente com empréstimos e cartões de crédito e de lojas. O morador de Águas Claras conta que o processo para acabar com as dívidas foi longo e dividido em três etapas: eliminá-las, guardar dinheiro e, por fim, investir. “O que mata a pessoa é comprar fiado. Acabei com pequenos cartões e empréstimos, e fui negociando”, comenta.

Leonardo alerta que a maior parte dos bancos não está aberta para esse tipo de negociação: “Tentei negociar por telemarketing. Só depois de dois anos consegui um acordo. O meu nome estava com uma empresa de cobrança”, recorda-se. “Priorizar e colocar metas fizeram a diferença. Eu não queria mais viver aquela angústia de não sobrar nada do salário.” Em 2020, com todas as contas no azul, o advogado se prepara para diversificar as aplicações. “Estou começando nova fase. Quando se está com a vida financeira saudável, fica-se apto a ver coisas que não se via antes”, pontua.

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