Correio Braziliense
postado em 08/01/2020 04:06
Doar-se pelo outro e fazer a diferença na vida de quem precisa. Com esse sentimento de solidariedade, 31 moradores de Brasília e do Entorno trocaram o descanso das férias no início do ano por trabalho voluntário. Durante o mês de janeiro, o grupo participará de atividades colaborativas em comunidades carentes na Argentina e na Bolívia. O objetivo é aproveitar a habilidade de cada um para atender às necessidades da população local. A viagem é coordenada pela Igreja Adventista do Sétimo Dia. O grupo embarcou na última segunda-feira e retorna à capital brasileira em 31 de janeiro.
Apesar de ser uma ação promovida pela comunidade religiosa, a viagem foi aberta para quem quisesse participar. De acordo com o organizador, Leandro Santos, 35 anos, a única exigência era ter disposição para ajudar. “A vivência no voluntariado é diferente de uma viagem convencional. Ela agrega muito mais. Traz um novo olhar para a cultura e para a realidade da cidade”, pontuou.
Moradoras do Riacho Fundo 2, as estudantes universitárias e amigas Bianca Reis, 23 anos, e Bárbara Richelle, 20, estavam empolgadas momentos antes de embarcar na Rodoviária Interestadual de Brasília. As duas querem aproveitar ao máximo a primeira experiência fora do país. “O objetivo é fazer a diferença nessas férias, dedicar um pouco do nosso tempo para fazer o bem ao próximo. O que é muito importante, ainda mais no mundo em que a gente vive, onde o amor está escasso”, ressaltou Bárbara.
A estudante Calin Lima, 15, trocou a festa de debutante pela viagem de voluntariado. “Quero ajudar as pessoas. Com a festa, eu não teria a mesma oportunidade”, afirmou a moradora de Santo Antônio do Descoberto (GO). A mãe dela, Minei Cristiane de Lima, 45, contou que o desejo partiu da própria Calin. “Eu também gostaria de ir junto, mas, como não coincidiu com as minhas férias, vai apenas ela”, relatou.
Além dos brasilienses, sete pessoas do Maranhão, uma de São Paulo e outra da Bahia integram o grupo que segue rumo a Buenos Aires. Os brasileiros vão se unir a uma equipe ainda maior, com mais de 150 pessoas, entre argentinos, bolivianos, chilenos, paraguaios e peruanos. A primeira ação será voltada para atividades com crianças. “Vamos nos dividir e atuar com dinâmicas para a população local, coordenadas por pedagogas e psicólogas”, explica Leandro Santos. Na Bolívia, está previsto uma feira de saúde com aferição de glicemia e pressão, além de massagem relaxante.
Todo o trajeto será feito via terrestre, com aproximadamente 180 horas de estrada (incluindo ida e volta). “Conseguimos parcerias com empresas de ônibus, o que reduziu os custos da viagem”, conta o organizador. O valor médio por pessoa ficou entre R$ 1,3 mil e R$ 1,9 mil. Além do transporte, o grupo conta com o apoio de pessoas na Argentina e na Bolívia, que cederão a hospedagem.
As ações de solidariedade formaram uma corrente do bem. Em julho do ano passado, cerca de 10 argentinos participaram de projeto que ocorreu em Santo Antônio do Descoberto. Com um grupo de brasilienses, eles prestaram assistência à comunidade no município goiano com ações beneficentes como doações de cestas básicas, bazar, feira de saúde e visitas a algumas famílias carentes. A junção das duas nacionalidades deu certo, e o convite estendeu-se para uma ação na capital argentina.
Para o organizador, Leandro Santos, o mais interessante de toda a experiência é o encontro de gerações. “Temos no grupo pessoas que nasceram em 1948 (71 anos) até os mais novos, nascidos em 2004 (15 anos)”.
Para o organizador, Leandro Santos, o mais interessante de toda a experiência é o encontro de gerações. “Temos no grupo pessoas que nasceram em 1948 (71 anos) até os mais novos, nascidos em 2004 (15 anos)”.
"A vivência no voluntariado é diferente de uma viagem convencional.
Ela traz um novo olhar para a cultura e para a realidade da cidade”
Ela traz um novo olhar para a cultura e para a realidade da cidade”
Leandro Santos,
organizador
"O objetivo é dedicar um pouco do nosso tempo para fazer o bem ao próximo. O que é muito
importante, ainda mais no mundo em que a gente vive, onde o amor está escasso”
importante, ainda mais no mundo em que a gente vive, onde o amor está escasso”
Bárbara Richelle,
estudante
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