Correio Braziliense
postado em 11/01/2020 04:07
Com a chegada do período de férias, muitas casas costumam ficar vazias. E o motivo são as viagens e os longos passeios em família. Quem tem animal de estimação precisa tomar uma difícil decisão na hora de arrumar as malas: levá-lo ou não. Alguns preferem deixar o pet com um parente ou vizinho, outros procuram hotéis ou creches especializados. Mas tem quem não abra mão da companhia do bichinho. De carro, ônibus ou avião, sempre tem um espaço especial para ele.
Em qualquer uma das escolhas, é necessário atenção redobrada que garanta a segurança tanto do pet quanto da família. Estar em um local diferente pode ser bem estressante para os animais e, para minimizar esses efeitos, é importante acostumá-los com algumas situações específicas antes da viagem ou hospedagem.
A médica veterinária Camila Maximiano destaca que o tutor precisa conhecer bem a personalidade do animal antes de levá-lo. “Tem que ver se ele é acostumado a sair para muitos locais ou se é mais medroso e gosta de ficar em casa. Se ele já tem convívio com outros animais, é uma boa ideia levá-lo, porque estar com pessoas de fora já faz parte da rotina dele, e a família aproveita as férias junta”, afirma.
Quando o tutor opta por deixar o animal na casa de alguém, a veterinária orienta que a pessoa deve conhecer a rotina, saber do que ele gosta, o que come, quantas vezes come por dia. Se a intenção é deixar em hotel, o dono deve observar a estrutura do local, onde o bicho vai ficar, se é isolado ou com outros da mesma espécie, além de conhecer a área de lazer e estar atento à limpeza.
Exigências
Em casos de viagens de avião ou ônibus, é preciso saber as exigências das empresas com antecedência, para evitar imprevistos. Todas elas solicitam um atestado médico emitido por um veterinário, que comprove que o animal está apto a fazer uma viagem sem riscos à saúde dele. Além disso, Camila recomenda que a vacina antirrábica, que é anual, esteja atualizada. Se não estiver em dia, o indicado é imunizá-lo 15 dias antes da viagem. “Indico também fazer vermífugo contra pulga e carrapato, para que ele não contraia outra doença onde for”, diz a veterinária.
Em viagens aéreas, o passageiro deve se informar sobre a existência e o valor de taxa para levar o animal. Quando o percurso é de ônibus, o transporte de bichos de estimação não tem nenhuma taxa extra. Mas as empresas podem exigir carteira de vacinação e atestado de saúde. O bichinho deve pesar no máximo 8kg e ser transportado em caixa adequada. E apenas dois podem ser transportados em cada trajeto.
De carro, a orientação é fazer um passeio longo com o animal antes de iniciar o trajeto ao destino, com tempo suficiente para ele fazer todas as necessidades. Além disso, não dar muita comida para que ele não sinta enjoo nem vomite no veículo. “Durante as paradas, deixar o pet descer e sempre oferecer água. Observar se ele está confortável e deixá-lo sempre na caixa, porque evita que ele caia ou vá para cima do motorista. É possível pedir orientação do veterinário sobre medicações adequadas. Algumas podem causar efeito reverso”, ressalta Camila.
Na estrada
Moradora de Sobradinho, a médica veterinária Érica Holanda, 27 anos, levou a pastor alemão Lilla ao Rio de Janeiro no meio do ano passado, de carro. Com a orientação de um veterinário, deu um remédio para deixar a cadela sonolenta. “Foi uma experiência tranquila. Em toda parada, ela descia. Só não viajo muitas vezes, porque ela é muito grande. Mas, no carnaval, ela vai novamente com a gente”, conta.
A aposentada Rose Garcia Cabral, 50, levou dois gatos e um cão ao Rio Grande do Sul, também de carro. Foram mais de 2,2 mil quilômetros, em dois dias de viagem. Além de apaixonada por pets, ela resgata animais na rua. “A gente tem todo esse cuidado. Nem quando viajamos queremos deixá-los sozinhos. Antes desses, eu tinha uma poodle que estava acostumada a viajar com a gente. Com esses, não será diferente”, conta.
A jornalista Tereza Amorim, 43, levou as duas cadelas da raça lhasa-apso Mary Jane e Norma Jean de avião para Recife. A primeira vive com Tereza há mais tempo. Quando foi presenteada pela irmã, teve de levá-la para a Califórnia, nos Estados Unidos, onde morava à época. Dois anos depois, retornou ao Brasil. Foi quando ganhou a segunda cadelinha. “Tenho um apego grande por elas. Hoje, com as duas, não tem como levar uma e deixar a outra. Fora que a minha família, em Pernambuco, ama animais e sempre faz uma festa quando as levo. Elas são pequenas; então, se comportam bem dentro da caixinha. Não fazem barulho e são tranquilas.”
Dicas para viajar com os bichos
» Levar - atestado de saúde emitido por um veterinário
» Manter - a vacina contra a raiva em dia
» Aplicar - vermífugo para evitar doenças de outros animais
» Dar - remédio contra enjoo e controle de vômitos, com orientação de um veterinário
» Transportar - em uma caixa própria
» Fazer - um passeio longo antes de entrar no meio de transporte
» De - carros e ônibus, descer com o animal em todas as paradas
Se for deixá-los em casa de conhecidos ou hotéis
» Deixar - com alguém que conheça a rotina do animal
» Deixar - claro o temperamento do pet para a pessoa saber como agir em momentos de estresse
» Evitar - que ele coma algo a que ele não está acostumado
» Em - caso de gato, deixá-lo em um local telado
» Estar - atento à limpeza do lugar
O que diz a lei
Animais no trânsito
O artigo 235 do Código de Trânsito Brasileiro diz que é proibido conduzir pessoas, animais ou carga nas partes externas do veículo, salvo nos casos devidamente autorizados. Serve de alerta para os riscos de transportar animais com a cabeça para fora do carro ou na carroceria de caminhonetes ou caminhões. A infração, neste caso, é grave e rende multa de R$ 195,23, além de cinco pontos na Carteira Nacional de Habilitação (CNH). O artigo 252, inciso II, trata de dirigir o veículo transportando pessoas, animais ou volume à esquerda ou entre os braços e as pernas. Nesses casos, existem os perigos de transportar os animais no colo ou no banco dianteiro. A infração é média, e o motorista recebe multa de R$ 130,16 e quatro pontos na carteira.
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