Correio Braziliense
postado em 13/01/2020 04:35
O tatuador de 37 anos acusado de torturar e manter a namorada, de 22 anos, em cárcere privado em Ceilândia teve a prisão preventiva decretada. O acusado passou pela audiência de custódia ontem. Na decisão, o juiz ressaltou o histórico criminal do agressor, que cumpria pena em regime domiciliar.
O suspeito torturava a companheira desde a véspera de Natal e foi preso na última sexta-feira após denúncias, inclusive da ex-namorada dele, para quem ele mandou vídeos das agressões. Segundo Gutemberg Morais, delegado à frente do caso, investigado pela 15ª Delegacia de Polícia (Ceilândia), o agressor chamou a ex para ajudá-lo a sair impune da situação, porém, a testemunha aproveitou a ocasião para denunciá-lo.
“Ele a considerava uma amiga e solicitou a ajuda dela. Mandou mensagem a chamando para Brasília, mas ela veio e o denunciou. Ele queria que elas (a ex e a atual companheira) viessem à delegacia e inventassem que as lesões seriam decorrentes de uma briga entre elas, mas depois mudou a história, pedindo para que a vítima falasse que brigou em uma festa”, detalhou Gutemberg.
No momento da prisão, a ex-companheira do autor estava na residência. “Quando a polícia apareceu, desceram a vítima e a testemunha. A vítima contou a versão que o agressor queria, sobre a festa, mas a testemunha interferiu e disse a verdade”, informou o delegado. O rapaz foi preso em flagrante. Na delegacia, segundo os investigadores, ele negou as agressões, mas, depois, optou por ficar calado. Ele tem passagem pela polícia por homicídio, extorsão mediante sequestro e roubo. Pelo caso da atual namorada, o tatuador teve a prisão decretada por tortura, cárcere privado e ameaça. A pena pode chegar a 16 anos, de acordo com o investigador.
As agressões foram filmadas e enviadas para amigos, segundo a testemunha relatou à polícia. Além de novas oitivas, os investigadores vão analisar as imagens para apurar se houve outros crimes e a participação de outras pessoas.
Crueldade
A tortura contra a jovem era constante. À polícia, a vítima relatou que, a todo momento, apanhava do namorado. Entre os objetos usados nas agressões e recolhidos pela polícia estão uma faca e uma barra de ferro. A vítima ainda teria passado dois dias sem comer e beber, segundo os investigadores. Quando o acusado saía da casa, a mulher ficava amarrada e amordaçada.
As agressões duraram quase 20 dias. Elas teriam começado na véspera de Natal e, desde então, a mulher teria tido a oportunidade de trabalhar apenas dois dias: 25 e 31 de dezembro. Desde então, foi mantida presa na própria residência. A jovem ainda está muito abalada, segundo informou a prima, que não quis ser identificada. De acordo com a familiar, após o resgate, a vítima passou por atendimento médico e foi constatada uma fratura no nariz. Além disso, o olho roxo e as manchas no abdômen permanecem na pele.
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