Brasilienses ganham mais uma opção para comprar peixes frescos
Centrais de Abastecimento (Ceasa) reabre Mercado do Peixe com mercadorias de produtores
do Distrito Federal e do Entorno, e espécies de outros estados. Meta é que local seja gerido por cooperativa
Os pescados frescos ganharam mais um ponto de venda no Distrito Federal. A Centrais de Abastecimento (Ceasa) reabriu o Mercado do Peixe, que movimenta a economia local com preços acessíveis para a população. O espaço, localizado no Trecho 10 do Setor de Indústrias e Abastecimento (SIA), conta com peixes oriundos de fazendas do DF e Entorno, além de espécies vindas de outros estados, como o salmão.
Para o piscicultor Henrique Pretto de Carvalho, 36 anos, a reabertura do Mercado do Peixe trouxe oportunidade aos produtores locais. “Ter esse contato direto com os clientes é muito gratificante. Poder explicar a forma de cultivo, mostrar o trabalho e a qualidade do produto ofertado faz toda a diferença”, expõe. De acordo com Henrique, são vendidos, em média, 200kg de peixe por dia. As espécies que mais têm saída são tilápia, tambaqui e pintado.
A faixa de preço varia de acordo com a espécie do pescado. A tilápia inteira sai por cerca de R$ 12, o tambaqui por R$ 14 e o salmão por R$ 38. Reaberto há um mês, o local ainda está se adaptando ao público. Os dias de maior movimento são: segunda, terça, quinta e sábado. Paulo Moreira, 55, esteve no mercado para conhecer o espaço e pretende voltar mais vezes. “Gosto muito de peixe, mas é difícil achar um de qualidade aqui em Brasília. E nada melhor do que comprar um pescado fresco direto do produtor”, pontua. O professor mora na Asa Norte e conta que costuma ir ao Ceasa para comprar diretamente de quem cultiva.
Morador do Cruzeiro, o aposentado Sérgio Freitas, 65, garante pelo menos uma ida no mês ao Mercado do Peixe. Para ele, vale muito a pena comprar um produto fresco. Quem não curtiu muito o local foi Inaldo Gomes, 72, que saiu de Sobradinho em busca de um peixe com o preço mais acessível. Segundo ele, o valor está o mesmo do mercado da região onde mora. “Valeu o passeio, mas não sei se voltaria para comprar mais”, relata.
De acordo com diretor técnico operacional da Ceasa, Fernando Cabral, o Mercado do Peixe está funcionando, no primeiro momento, como uma peixaria. A proposta é que o espaço passe a ser gerido por uma cooperativa e amplie a oferta de venda também para atacado. O chamamento público está aberto e o resultado preliminar deve sair no fim de janeiro. “A cooperativa que assumir terá a responsabilidade de fazer os ajustes necessários para atender a demanda. A venda em atacado é o que vai sustentar o mercado”, explica. Além das alterações no local, a cooperativa também pagará uma taxa mensal de ocupação para a Ceasa.
Oportunidade
Fechado desde 2017, o Mercado do Peixe foi reaberto em dezembro do ano passado. O espaço foi reformado durante um conjunto de obras de melhorias na Ceasa, que custaram, ao todo, R$ 22 milhões. O prédio fica localizado ao lado do Mercado Orgânico e atende sete piscicultores do Distrito Federal e Entorno. De acordo com a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater), atualmente, existem no DF 580 produtores que criam peixes.
A expectativa da Ceasa é de que a cooperativa de agricultura familiar que vai gerenciar o Mercado do Peixe dê mais espaço para a produção local. Na avaliação do coordenador do programa de piscicultores da Emater, Adalmyr Moraes Borges, o DF tem uma criação de qualidade de pescados. A empresa tem acompanhado de perto os produtores e ofertado cursos de capacitações para a melhoria da produção e gestão. “O programa de piscicultores trabalha com as novas tecnologias para o melhor aproveitamento da água e na aplicação de técnicas para a ampliação na produção de peixes”, diz Adalmyr.
A Emater projetar uma atuação ativa no Mercado do Peixe, com auxílio de qualificação e acompanhamento do funcionamento, junto à Secretaria de Agricultura.
Produção
580 produtores criam peixes no DF
A Tilápia representa 95% dessa produção
Em 2019, foram produzidas 1.650 toneladas de peixe no Distrito Federal
O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.