Cidades

Pedidos por justiça

Correio Braziliense
postado em 16/01/2020 04:06
Mais de 200 pessoas se reuniram na Capela 5 do Cemitério de Taguatinga para acompanhar o velório de Gabrielly da Silva Miranda, 18 anos. A jovem morreu baleada na cabeça, por volta das 5h de terça-feira, na Quadra 425 de Samambaia Norte. O marido da vítima, Leonardo Pereira dos Santos, 32, foi preso em flagrante por feminicídio e posse ilegal de arma.
A cerimônia foi marcada por choro, indignação e recorrentes pedidos de justiça. A mãe da vítima, Wildiani da Silva Souza Miranda, precisou ser apoiada por familiares. “A Gabrielly era, simplesmente, tudo para mim. Eu também morri quando ele (Leonardo) tirou a minha filha de mim. Aquele monstro precisa pagar pelo que fez. Ele acabou com a minha família. Eu quero justiça”, clamou. “Eu não consigo viver mais. Essa dor que eu sinto é muito grande, estou sofrendo demais. Apenas queria que a minha filha estivesse aqui, meu Deus. Não consigo mais viver sem ter ela do meu lado”, lamentou a mãe. Abalada, Wildiani não acompanhou o sepultamento da filha. “Meu Deus, me ajuda. Eu não consigo ver isso, não consigo ver a minha menina ir embora assim.”

A Justiça do DF transformou a prisão em flagrante de Leonardo em preventiva. Ele será encaminhado para o Complexo Penitenciário da Papuda, onde ficará detido até o julgamento. A decisão da juíza Flávia Pinheiro Brandão Oliveira ocorreu durante audiência de custódia, na manhã de ontem. A defesa do acusado manteve a versão de homicídio culposo (sem intenção), alegando que o disparo teria sido realizado durante uma “brincadeira”.

Em juízo, Leonardo reforçou o relato prestado à 32ª DP (Samambaia Sul), na terça-feira. Ele disse que Gabrielly pegou a arma dele e puxado o gatilho contra a própria perna. O armamento, porém, não disparou. Depois, ela o entregou ao acusado. Continuando a suposta brincadeira, ele pegou o revólver e atirou na cabeça da vítima. Desta vez, a bala saiu.

Mas a juíza Flávia destacou que, após Gabrielly ser atingida, o marido dela, “em vez de ter procurado prestar socorro à vítima, teria saído do local na condução de um Fox, cor vermelha, e, somente depois, teria retornado à residência, onde os fatos ocorreram. Desse modo, (...) tenho que a hipótese se amolda à modalidade dolosa (com intenção).” 

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