Correio Braziliense
postado em 16/01/2020 04:07
A Delegacia Especializada em Atendimento à Mulher (Deam) investiga se um religioso de 31 anos, preso na última terça-feira, acusado de abusar sexualmente de quatro mulheres, entre elas uma adolescente de 14 anos, fez mais vítimas no Distrito Federal e no Entorno. As denunciantes frequentavam um templo de umbanda em Águas Lindas (GO), onde o homem se apresentava como pai de santo. Segundo as investigações, ele atuava, pelo menos, desde 2016, quando uma das vítimas foi abusada pela primeira vez.
O homem cometia os crimes dentro da própria casa, em Ceilândia. Alegando ser pai de santo, ele atraia as vítimas dizendo que em vidas passadas elas tinham um relacionamento amoroso com o Exu Veludo — entidade da proteção. Caso não tivessem relação sexual com ele, elas poderia sofrer infortúnios e não ter prosperidade nessa vida.
A delegada-chefe da Deam, Sandra Melo, acredita que possam existir mais vítimas. “Não descartamos essa possibilidade. A preocupação da Deam é proteger a mulher de todo crime, seja sexual, cibernético. Nossa primeira atitude foi tirar o suspeito de circulação. E queremos deixar claro que, caso outras mulheres tenham sido vítimas, que entrem em contato com a Deam”, ressalta.
Religião
Coordenadora de Políticas de Promoção e Proteção da Diversidade Religiosa da Subsecretaria de Direitos Humanos e Igualdade Racial, Adna Santos, a Mãe Baiana, informou que o homem não é um líder religioso nem pai de santo. Em realidade, trata-se de um Iaô, termo usado para pessoas iniciadas no candomblé. “Ele se aproveitou do respeito que as pessoas têm pelos pais e mães de santo em Brasília para fazer o que fez.”
Membros da comunidade afro religiosa do grupo Defensores do Axé no DF assinaram juntos uma nota de esclarecimento em que pedem a investigação do caso: “Nossas entidades não utilizam de práticas abusivas a quem os procuram em busca de conforto espiritual”.
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