Correio Braziliense
postado em 18/01/2020 04:14
O Hospital de Base realizou, em 2019, mais de 830 mil exames, 290 mil consultas, 11.331 cirurgias e 100 transplantes (87 de córnea e 13 de rim). Além da população do Plano Piloto, o local atende pacientes de todas as regiões administrativas e de outras unidades da Federação, como a recepcionista Daiana da Silva Nascimento, 26. Moradora da Bahia, do município de Luís Eduardo Magalhães, ela viu em Brasília um caminho para tratar um quadro de pé torto congênito.
Rara, a condição ortopédica costuma ser corrigida com manipulação seguida de gesso, mas esse não foi o caso dela. Nos primeiros meses de idade, os médicos informaram que só uma cirurgia corrigiria o problema, mas o preço da operação e os riscos foram barreiras. Em fevereiro de 2019, ela chegou à capital federal, onde marcou a consulta com o ortopedista Davi Haje. “As primeiras avaliações foram ótimas. Eu tinha dores e sofria muito, mas o médico foi me acalmando, me tratando superbem. Depois do atendimento, ele costumava mandar mensagem perguntando como eu estava, se tinha melhorado”, lembra. O especialista sabia que não havia casos na literatura médica sobre o tratamento de adultos de pé torto com engessamento, sem cirurgia, pelo método conhecido como Ponseti, mas se sensibilizou com Daiana e quis tentar.
A jovem colocou o gesso nos dois pés e aguardou os resultados. “Eu tinha medo. Muitas pessoas falavam que poderia não dar certo. Já tinha conhecido até quem fez cirurgia e não resolveu o problema. Mas também confiava muito no médico e tinha fé, então só precisava segurar a ansiedade para tirar logo o gesso e ver como estavam meus pés”, diz. Até o retorno, Daiana se imaginou fazendo coisas que nunca pôde, como calçar um tênis. O grande dia chegou em maio.
“Foi uma sensação incrível! Cortaram o gesso, vi meus pés depois de mais de três meses e estava tudo bem. O procedimento deu certo e chorei muito quando percebi”, emociona-se. Para deixar aquela data ainda mais marcante, o médico responsável pelo procedimento levou um presente. “Ele me deu um tênis. Quando voltei à Bahia, foi uma comoção grande na família. Minha avó não conseguia parar de chorar”, conta Daiana.
O procedimento está perto de completar um ano e faz parte da história do hospital. “Muita gente me procura hoje e pergunta como consegui o tratamento. Eu falo que foi no Hospital de Base, em Brasília. Gente de vários lugares do país, que me encontram até nas redes sociais, têm interesse em procurar a ortopedia de lá”, afirma a baiana. Agora ficam a gratidão e os sonhos. A recepcionista fez fisioterapia para reaprender a andar, voltou ao trabalho e planeja tirar a carteira de motorista. “Nunca vou me esquecer disso, marcou minha vida.”
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