Cidades

Projeto oferece aulas de artes e reforço escolar a meninas de São Sebastião

Projeto em São Sebastião oferece a meninas de 7 a 13 anos turmas gratuitas de artes e reforço em disciplinas como português e matemática. Aulas são no contraturno escolar

Correio Braziliense
postado em 20/01/2020 06:00
Participantes e responsáveis pelo Mais Artes: iniciativa tem atividades de dança, literatura e acompanhamento pedagógicoAções formativas de educação e cidadania. Essa é a proposta do projeto Mais Arte, promovido pela associação sem fins lucrativos Enlace, em São Sebastião. A iniciativa oferece atividades de arte, literatura e acompanhamento pedagógico individual para meninas de 7 a 13 anos. O programa ocorre de segunda a sexta, no período matutino, e atende a cerca de 50 crianças da região. São duas turmas com aulas de teatro, dança, violão, artes visuais, alfabetização, compreensão de textos, inglês, português e matemática.

Segundo a presidente da associação, Heloise Velloso, a ideia do projeto é ofertar para as alunas uma opção no contraturno escolar. “Esse é um horário em que elas estariam com o tempo ocioso e, em vez de estarem na rua, recebem esse apoio na formação”, pontua. Lívia Cunto, que atuou como coordenadora no ano passado, explica que todo o trabalho é feito de maneira voluntária. “O voluntariado é o nosso forte; sem ele, não funcionaria. Recebemos doações financeiras e realizamos um bazar três vezes ao ano para arrecadar recursos”, explica.

A Enlace conta com 30 voluntárias, das quais, 15 atuam no Mais Arte. Além disso, o quadro de professoras conta com 30% de contratadas para dar aulas de dança, violão e arte. “Neste ano, a gente quer aumentar as contratações”, adianta Heloise.

Tudo funciona com o apoio da comunidade local, que abraçou a causa. As ações são feitas por mulheres e para mulheres. Além do Mais Arte, a Enlace promove três projetos: o Libélula (que oferta aulas de balé e inglês, além de acompanhamento pedagógico aos sábados); o Gaivota (voltado às mães das alunas, com palestras de temas que envolvem toda a família); e a Jornada Solidária (visitas às casas das alunas uma vez por mês para acompanhamento familiar).

Heloise destaca que o trabalho feito pela associação tem como foco o potencial multiplicador da mulher como uma provedora que repassa o conhecimento e forma a nova geração. “O objetivo é proporcionar a transformação na vida dessas pessoas. Ser esse braço de apoio”, ressalta.

Segundo informações no site da Enlace, cerca de 39,5% da população de São Sebastião não têm o ensino fundamental completo. E 0,56% tem acesso a um curso de línguas. “Estamos em uma região carente. A maioria das famílias atendidas tem média salarial de até dois salários mínimos”, diz Lívia. Segundo ela, há uma lista de espera para participar das atividades. As matrículas são abertas no início de cada semestre.

Voluntária no Mais Arte, a pedagoga Rayanne Ferreira, 26 anos, conta que está animada para iniciar as atividades neste ano. “Estou estudando para oferecer o melhor para as alunas, além de montar um plano pedagógico para atender bem”, afirma a jovem, que também vai assumir a coordenação do projeto em 2020.


Favorito das alunas
As aulas de artes e de literatura são as favoritas de três alunas do Mais Arte. Giovanna Magalhães Rocha, 12, conta que as coreografias são o ponto alto do dia dela. “Adoro as aulas de dança. A gente aprende muita coisa aqui. Eu era muito tímida, hoje, já falo mais. Fiz novas amizades. Gosto muito daqui”, relata a menina, que entrou no projeto em 2018.

Para Thamires Cosme dos Santos, 11, a iniciativa ajudou nos estudos regulares. “Eu melhorei na escola. As atividades de leitura me ajudaram muito”, garante a aluna, que diz gostar bastante das aulas de artesanato. O teatro, por sua vez, foi o que conquistou Ana Cláudia, também de 11 anos. O gosto pelo ambiente e pelo trabalho desenvolvido no projeto é tão grande que as meninas queriam passar a virada do ano na novo na sede da Enlace.

Mãe de Giovanna, Maria de Lurdes, 40, percebeu uma melhora no desempenho da filha após a participação no projeto. “Só tenho a agradecer. Minha filha tinha muita dificuldade em português e, hoje, é a matéria de destaque dela.”

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