Correio Braziliense
postado em 22/01/2020 12:02
Investigadores da Polícia Civil identificaram supostos desvios de verbas de projetos educacionais e culturais da Secretaria da Criança (Secriança) entre os anos de 2015 e 2018. O montante, de R$ 5,9 milhões, vinha de emenda parlamentares e era repassado a empresas que embolsaram o valor e não desenvolviam as ações. Com a identificação do esquema, os envolvidos teriam colocado o serviço em prática, com orçamento menor que o previsto. A consequência disso foi a distribuição de lanches vencidos a alunos de ao menos 10 escolas públicas.
Na manhã desta quarta-feira (22/1), os policiais deflagraram a segunda fase da operação, batizada de Conto do Vigário. Os policiais cumpriram 16 mandados de busca e apreensão em empresas e residência de empresários e laranjas envolvidos no esquema. Na primeira etapa, feita em 2018, os policiais focaram na destinação da verba do Governo do Distrito Federal (GDF) para os institutos Terra Utópica e Ibesp (Instituto Brasília para o Bem-Estar do Servidor Público), contratados pela Secriança para desenvolver os projetos. Agora, os agentes miram as empresas que firmaram parceria com essas entidades.
De acordo com um dos delegados à frente do caso, Leonardo de Castro, diretor da Coordenação Especial de Combate à Corrupção e ao Crime Organizado (Cecor), essas empresas contratadas não tinham competência ou experiência para desenvolver os projetos. “A suspeita é de que os envolvidos elegiam esses institutos para firmar parceria e durante a execução do projeto, eles desviavam as verbas públicas dessas ações, que não eram feitas”, explica.
Ainda segundo o investigador, servidores da Secriança e da Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF) podem estar envolvidos no esquema. A suspeita é de que ao menos 20 pessoas teriam participado dos desvios. Ao todo, seis convênios foram firmados com os institutos. Eles deveriam ser para desenvolvimento de projetos, como concursos de redações e leitura de livros para crianças.
Quando o esquema foi revelado, os envolvidos começaram a desenvolver os projetos com dinheiro do próprio bolso, mas usaram valor menor do que o estabelecido. Por isso, as ações eram feitas de forma precária, com menos transportes, além dos lanches vencidos que foram servidos para os estudantes.
O delegado ressalta que as investigações continuam e que a participação de parlamentares no esquema não é descartada. Os suspeitos podem responder pro crimes como peculato, falsificação de documento, desvio de verba pública e por integrar organização criminosa.
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