Correio Braziliense
postado em 23/01/2020 04:35
Mais bombardeios contra o poder de Moro
Com a popularidade alta, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, é alvo de bombardeios de todos os lados no mundo político. Depois da Vaza-Jato e da rejeição de grande parte do pacote anticrime no Congresso, Moro pode perder a parte que vai bem em sua pasta: a redução dos índices de criminalidade, tema que o ex-juiz tem tratado como um grande mérito. Secretários de segurança reunidos ontem na residência oficial de Águas Claras lançaram um movimento pela recriação do Ministério da Segurança Pública. Foram recebidos no Palácio do Planalto pelo presidente Jair Bolsonaro, sem a presença de Moro ou do secretário Nacional de Segurança Pública (Senasp), o general da reserva Guilherme Theophilo.
Resistência cresce
Além do Conselho dos Secretários de Segurança Pública (Conseg), o Conselho dos Comandantes de Polícia Militar já fez o pedido de recriação do Ministério da Segurança Pública. O Conselho dos Diretores de Polícia Civil deve fazer o mesmo na próxima semana.
Trocando Moro por Fraga
A bancada da bala no Congresso já tem um nome para o Ministério da Segurança Pública, caso a decisão de Bolsonaro seja pela divisão do Ministério da Justiça: Alberto Fraga. O presidente tem simpatia pela escolha.
Delegação
O governador Ibaneis Rocha (MDB) delegou ao secretário de Segurança Pública, Anderson Torres, o encargo de pedir esclarecimentos ao Ministério da Justiça e Segurança Pública sobre operações do Depen (Departamento Nacional do Sistema Penitenciário) e da Força Nacional de Segurança em relação ao líder do PCC, Marcos Camacho, o Marcola. Não é nada comum um secretário se dirigir diretamente a um ministro de Estado, especialmente num tema espinhoso, envolvendo ingerência política. Essa interlocução se dá entre o governador e o ministro. Mas Ibaneis não parece ter muito diálogo com Sergio Moro.
Risco de combustão
O embate entre o Ministério da Justiça e Segurança Pública com o governo do DF sobre os procedimentos de vigilância do líder do PCC, Marcola, em Brasília, representa um risco para os moradores do DF. A permanência de um preso perigoso na penitenciária federal de segurança máxima é um fator preocupante pela possível instalação de organizações criminosas na capital do país. O PCC nunca conseguiu criar asas em Brasília. Mas a presença de Marcola sem um diálogo institucional claro entre governos local e federal pode ser explosiva.
Estopim
O aparato de segurança em torno do transporte de Marcola para uma consulta no Hospital de Base na última terça-feira, sem um prévio comunicado à Secretaria de Segurança Pública do DF, foi o estopim para a crise com o Ministério da Justiça e Segurança, que ficou evidente no ofício enviado pelo secretário Anderson Torres ao gabinete de Sergio Moro. O tom foi claramente de contrariedade. “A segurança pública nas ruas e avenidas do Distrito Federal é nossa atribuição e, por essa razão, não se justifica esse 'silêncio' dos órgãos federais que, em última análise, pode ensejar um incidente extremamente grave caso haja uma situação de emergência que as polícias locais precisem agir”, afirmou o secretário no texto.
Crescimento
O PCC nunca conseguiu se instalar no Distrito Federal graças ao trabalho de investigação da Polícia Civil. Mas a presença de Marcola na cidade tem mudando esse cenário, segundo relato de especialistas em segurança. Advogados da facção criminosa que atuavam apenas no DF agora têm se especializado e criado conexões nacionais.
Sem boletos de IPVA
Em 2020, os contribuintes devem ficar atentos a uma mudança no pagamento do IPVA. Por economia de papel e dinheiro, os boletos não serão enviados pelos Correios. A emissão deverá ser realizada on-line, com o número do Renavam do veículo. No caso do IPTU, nada muda. Os carnês serão remetidos para os endereços dos contribuintes.
Decisão tomada
Juliana Monici vai substituir Kaline Gonzaga na chefia de gabinete do governador. Ela cuidava da agenda de Ibaneis Rocha e ocupava a subchefia de gabinete.
Obras na base do distrital
Uma emenda do deputado Daniel Donizet (PSDB) vai bancar o asfalto da Avenida dos Pioneiros do Gama, mais conhecido como Pistão Sul. O recapeamento vai atingir uma extensão de quatro quilômetros e deve ficar pronto nos próximos seis meses. Essa era uma demanda antiga dos moradores. O último recapeamento foi realizado há 23 anos. Donizet, que nasceu na cidade, também pediu ao governador Ibaneis Rocha uma reforma na rodoviária e a reabertura da pediatria no Hospital do Gama.
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