Correio Braziliense
postado em 24/01/2020 04:43
As mortes de motoristas de transporte por aplicativo ocorridas no Distrito Federal deixaram os colegas de profissão em alerta. Um protesto em forma de buzinaço ocorreu na tarde de ontem. De acordo com os organizadores, a fila de carros participantes era de cerca de quatro quilômetros. Por volta das 15h, eles partiram da 2ª Delegacia de Polícia, na 916 Norte, e foram até o Aeroporto Internacional de Brasília, onde chegaram às 17h30.
Os manifestantes pediram mais segurança no trabalho. Leylla Medeiros, 33 anos, participou do ato e contou que sofreu três tentativas de assaltos durante os dois anos em que atua como condutora por aplicativo. “As empresas devem mudar as opções da plataforma, explicar de maneira mais clara quem é o usuário e, sobretudo, disponibilizar a foto. Se o passageiro sabe todas as nossas informações, por que não podemos saber as dele?”
Felipe Araújo, 34, atua na modalidade desde 2016 e está assustado com as mortes dos colegas de profissão no últimos dias no DF. Ele também defende que os aplicativos exijam mais informações dos clientes. “Os motoristas são obrigados a enviar uma foto para o aplicativo antes da primeira corrida do dia. Essa verificação deveria ser feita também com os passageiros”, opina. Felipe evita atuar na parte da noite e desliga a ferramenta nas zonas informadas como perigosas.
A empresa de transporte particular 99 POP informou, em nota, que apura os casos. Além disso, acrescentou que “a plataforma investe em sistemas preventivos de proteção e atendimento imediato. Como formas de prevenção, antes das chamadas, a companhia mostra aos motoristas informações sobre o destino final, a nota do passageiro e se ele é frequente. Exigimos que todos os passageiros incluam CPF ou cartão de crédito. Durante o trajeto, câmeras de segurança e compartilhamento de rotas estão disponíveis. Depois das viagens, uma central telefônica 24h para emergências oferece apoio imediato em caso de necessidade”.
A Uber afirmou, também em nota, que lamenta o ocorrido, mas não se posicionou a respeito das medidas de seguranças para os motoristas da plataforma.
Alessandro Santos Silva, 40, também esteve no buzinaço e fez um apelo: "Peço que trabalhemos juntos pelo cadastro do passageiro. Todo mundo usa os aplicativos de transporte, mas a balança pesa para o lado do condutor. A 99 diz que é seguro, mas não é, não sabemos de nada. Nos sentimos inseguros nessa situação".
* Estagiários sob supervisão de Marina Mercante
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