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Correio Braziliense
postado em 26/01/2020 04:07


 ESCOLA VILA VERDE

A natureza como proposta de educação

Após um período de testes marcados pela dificuldade de adaptação do pequeno Bento Vicenti, 4 anos, em uma escola convencional, a avó Jussara Alencar, 65, teve uma ideia: fazer da chácara da família um colégio voltado à primeira infância. Ela conhecia bem os cuidados necessários para a criação de uma criança especial, pelos primeiros anos do Bento. E, aliada às memórias que trazia do trabalho de pedagoga da mãe, tomou a decisão. Nascia assim o projeto da Escola Vila Verde, espaço construído para atender meninos e meninas de 4 meses a 5 anos, no Jardim Botânico.

Segundo a filha de Jussara, Patrícia Lacerda, 37, a ação da mãe foi “movida por um amor sem limites”. Ela conta que a avó sempre cuidou de Bento, fazendo o melhor para o bem-estar do neto. “Em 2018, ela pensou em colocá-lo em uma escolinha para interagir com outras crianças, mas não deu certo. Ela o mudou de escola e viu que o máximo oferecido era muito pouco para a inclusão”, relembra a filha, diretora institucional da Vila Verde. “Ela disse que não fazia sentido pagar por algo que ela poderia proporcionar anos-luz à frente. Mas ela não se conformou em não ter um centro de ensino como  queria, e c decidiu: ‘Se não tem, a gente vai construir’. Foi, literalmente, da noite para o dia”, completa Patrícia.

O projeto iniciado há pouco mais de um ano tomou forma, oficialmente, na semana passada. As aulas começaram em 20 de janeiro, em classes que vão do Berçário I ao Pré II. A proposta é de que as 35 crianças matriculadas tenham formação em uma unidade que prioriza o contato dos pequenos com o ambiente natural. “As crianças terão contato diário com a natureza e com os animais. Estamos em processo de compra de uma minivaca, um minicavalo e um miniporco. Além de haver patos, galinhas, coelhos, araras, papagaios e passarinhos”, revela Patrícia.

A intenção principal das fundadoras é proporcionar um espaço de desenvolvimento sem tecnologia. A mãe de Bento conta que, quando começaram os preparativos do colégio, elas receberam diversos contatos para a implementação de um sistema de ensino relacionado à robótica. No entanto, optaram por outro caminho, deixando o contato com telas e meios digitais de fora da rotina dos alunos. A intenção é estimular atividades físicas e culturais, como aulas de recreação e esporte, musicalização, balé e capoeira. As salas têm janelas e portas de vidro para deixar a vegetação à vista.

Outra vertente defendida pela Escola Vila Verde é o cuidado com a alimentação. As crianças cuidarão de uma pequena horta e terão aulas de culinária, com acompanhamento de nutricionista. A intenção é que estejam habituadas ao processo de origem dos alimentos e se acostumem a diferentes tipos de fruta. Na sede do centro de ensino, há bananeiras e pés de abacate, amora, cana-de-açúcar, goiaba, jambo, limão e mamão. “Elas terão a oportunidade de ver, colher as frutas e experimentá-las”, destaca Patrícia.

Plano educacional

Apesar de o atendimento ser voltado para os mais pequenos, a diretora institucional afirma haver um planejamento em educação com estímulos adequados às idades. Cada turma é coordenada por uma pedagoga, e os alunos têm acesso à metodologia bilíngue — na modalidade, ocorrem aulas de inglês por 45 minutos diários, todos os dias da semana. A escola atende alunos nos turnos matutino e vespertino e oferece ensino semi-integral e integral. A capacidade é de 96 crianças. “Queremos possibilitar momentos maravilhosos para as crianças. Que os pais saiam para trabalhar com o coração em paz, sabendo que, na Vila Verde Escola Infantil, seus filhos estão felizes e sendo muito amados todos os dias”, ressalta Patrícia.


"Queremos possibilitar momentos maravilhosos para as crianças. Que os pais saiam
para trabalhar com o coração em paz, sabendo que, na Vila Verde Escola Infantil,
seus filhos estão felizes e sendo muito amados todos os dias”

Patrícia Lacerda,
diretora institucional da Escola Vila Verde



GENTE...

ANTONIO TADEU PERÓN, DO SENAC/DF



Educação para o futuro

Criado em 1946 por meio de um decreto de lei governamental, o Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac) chegou ao Distrito Federal há 52 anos. Nessa trajetória, marcada por transformações e adequação às demandas em formação de trabalho, milhares de brasilienses receberam formação profissional. Só em 2020, são 1,5 mil alunos matriculados na formação superior da Faculdade de Tecnologia do Serviço, em cursos de graduação e pós-graduação. O objetivo, desde 1967, é capacitar os moradores do DF para as necessidades do mercado de trabalho.

“O Senac consegue inserir no mercado de trabalho profissionais capacitados e especializados em determinados serviços. A instituição oferece mais de 300 cursos nos níveis básico, técnico e tecnológico, disponibilizados em forma de rodízio. As áreas de atuação são: artes, comércio, comunicação, gestão, idiomas, imagem pessoal, informática, saúde, turismo e hospitalidade”, explica o diretor regional do Senac/DF, Antonio Tadeu Perón.

No Distrito Federal, as aulas de profissionalização são oferecidas em sete cidades, além de atendimentos em ações móveis e em restaurante-escola. Os polos de ensino são: Jessé Freire, no Setor Comercial Sul; 903 Sul; e nas cidades de Ceilândia, Gama, Taguatinga e Sobradinho. Uma das vertentes do trabalho realizado pelo Senac no Distrito Federal é o Programa de Gratuidade. A ação oferece cursos gratuitos para pessoas que tenham a renda familiar inferior a dois salários mínimos.

O que desejava conquistar quando escolheu
trabalhar 
com o empreendedorismo?
A necessidade de enfrentar novos desafios que proporcionassem crescimento pessoal, intelectual e material. Imagine o tamanho do desafio, tomar essa decisão após 30 anos de atividade laboral.

Quais desafios enfrenta na execução do seu trabalho?
Concretizar o sonho do Senac de ser a melhor instituição na oferta de soluções em educação profissional, reconhecida pelas empresas de comércio, bens, serviços e turismo e, ao mesmo tempo, dar a ela uma gestão moderna e eficiente.

Qual diferencial o Senac apresenta em relação à concorrência?
O Senac é exclusivo, com um modelo pedagógico diferenciado. Educamos para o trabalho em atividades do comércio de bens, serviços e turismo. Ensinamos por meio da prática. A experiência adquirida nos nossos cursos capacita o aluno a exercer as suas atividades, mesmo sendo o primeiro emprego, superando, assim, a falta de experiência.

Qual é o público-alvo do seu serviço? 
Todos aqueles que precisam de qualificação ou requalificação para atender às necessidades das empresas. Portanto, não apenas o cidadão de baixa renda, uma vez que 67% dos nossos recursos são destinados para ofertar cursos no Programa Senac de Gratuidade (PSG).

Que qualidade valoriza nos funcionários no momento de 
formar a equipe de trabalho? Tem alguma recomendação a respeito?
Espírito colaborativo e espírito crítico, determinação, vontade de crescer e de servir, qualidades indispensáveis para qualquer pessoa que queira trabalhar com educação.

E como mantém o grupo motivado?
Criando um clima favorável ao desenvolvimento pessoal e profissional do colaborador, mantendo um clima organizacional que ofereça condições para as áreas trabalharem de forma integrada, transformando grupos em equipes.

Como estão as expectativas em relação a 2020 e ao futuro do Senac?
Na minha gestão, isso será prioridade: divulgação e transparência. É promover o diálogo e fortalecer o compromisso institucional com a sociedade brasiliense. Além de viabilizar a sustentabilidade econômico-financeira do Senac e, sobretudo, cumprir com a missão e a visão de ser uma instituição referência em soluções de educação profissional. Fizemos muito. Mas ainda há mais a fazer. Com um novo horizonte, novos alvos e novas metas.


NOTAS...


Brasília: destino barato no carnaval
Pesquisa divulgada na última semana pela plataforma de viagens Kayak aponta que Brasília é o segundo destino mais barato do país para se viajar no carnaval. O preço médio das passagens para a capital nesta época foi avaliado em R$ 665, ficando atrás apenas de São Paulo, que teve a média avaliada em R$ 608. O levantamento levou em consideração a concentração de passagens e hotéis nas cidades, com assentos na classe econômica. As cidades com maior busca de passagens para o feriado foram: Rio de Janeiro (foto), São Paulo, Salvador e Recife, respectivamente.


Maior intenção de consumo familiar
A Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) aponta que o índice de Intenção de Consumo das Famílias (ICF) de janeiro teve o melhor resultado para o mês desde 2015. Desta vez, o ICF chegou a 97,1 pontos, aumento de 1,2%, se comparado a janeiro de 2019. Mesmo com a alta, o indicador permanece menor do que o nível de satisfação, definido em 100 pontos, e apresenta retração de 0,3% em relação a dezembro.


Recorde de apreensões
A quantidade de mercadorias irregulares apreendidas pela Receita Federal voltou a bater recorde. Segundo balanço divulgado pelo órgão, em 2019, foram recolhidos R$ 3.256.750.247,91, provenientes de contrabando. O valor é 3,22% maior do que o registrado em 2018. A maior parte das mercadorias recolhidas foi de cigarros, que concentram 35,67% das apreensões. Em segundo lugar estão os eletroeletrônicos, com 11,42%, seguidos por vestuário (7,02%) e brinquedos (4,71%).
 
 

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