Cidades

Volta sem complicações

Parte das escolas particulares retomou as atividades ontem. Trânsito não sofreu impacto, mas reflexos devem ser sentidos a partir da próxima semana

Correio Braziliense
postado em 28/01/2020 04:21
Rodrigo de Paula com o filho Rafael, 2 anos, que está na educação infantil


Parte das 558 escolas particulares começou as atividades ontem. As demais retomam na próxima semana. Já as aulas da rede pública têm início em 10 de fevereiro. De acordo com o Sindicato dos Estabelecimentos Particulares de Ensino do DF (Sisepe-DF), o número de matriculados nos colégios deve ser divulgado a partir de fevereiro. No ano passado, havia 180 mil estudantes na rede privada.

Uma das preocupações dos brasilienses com a volta às aulas era o trânsito. Mas a retomada foi considerada tranquila. Para atender os alunos, os ônibus voltaram a circular normalmente — o fluxo estava reduzido em 25%, no período de férias escolares. A expectativa da Secretaria de Mobilidade é de que a quantidade de passageiros aumente em 30% com a retomada do ano letivo. O trânsito deve ficar mais intenso a partir de 10 de fevereiro, quando 460 mil discentes e 35 mil professores voltarão às aulas nos colégios públicos.

O Departamento de Trânsito (Detran-DF) prevê o aumento do tráfego em toda a capital ao longo desta e das próximas semanas. De acordo com o diretor de Policiamento e Fiscalização de Trânsito do órgão, Francisco Saraiva, deve haver menos fluidez em vias próximas aos estabelecimentos de ensino. “A mudança no trânsito é um fato. A gente vai ver mais congestionamento, mais gargalos nas escolas e algumas vias que ficam mais impactadas, tudo em função da atividade escolar”, afirma o especialista.

Enquanto o trânsito flui bem, a volta às atividades é só animação. Alice Cunha, 12 anos, vai cursar o sétimo ano. A promessa é se concentrar mais nos estudos. Apaixonada por história, ela admite que não se sai tão bem nas disciplinas de exatas. Um dos desafios de 2020 é tirar boas notas, principalmente em matemática. “No ano passado, tive um excelente professor. Ele me inspirou a ser melhor na matéria. Estou muito animada”, diz a garota.

A família da professora de sociologia Lílian Mendonça, 51, começou o ano com motivos para comemorar. A filha mais velha, de 18 anos, passou no vestibular para medicina. Agora, os mais novos estão empolgados para seguir o mesmo caminho.“Eles amam a escola, o ambiente, os professores. E esses fatores são importantes para que eles se saiam bem também”, afirma. O mais novo, Pedro Mendonça, 13, envolve-se em atividades extracurriculares. “Integro um clube de debate diplomático e uma monitoria de literatura. Gosto de participar de tudo. E acho que, neste ano, vai ser bem produtivo”, declara o menino.

O servidor público Rodrigo de Paula, 41, levou o filho, Rafael de Paula, 2, para uma ida à escola um dia antes de as aulas começarem oficialmente — a turma de educação infantil tem início hoje —, e a animação era tão grande que ele não queria ir embora. “Ele é o mais novo da turma. Quando entrou na escola, não falava ainda, agora é uma tagarela. É muito bom vê-lo assim, e, com certeza, a escola acelera muito esse processo”, compartilha o pai.

Ansiosos também estão os pais das crianças que vão pela primeira vez para a escola. É o caso da conselheira tutelar Nathália Vieira, 33. Para ela, o início da vida escolar de Céu Vieira, 3, é um misto de emoções. “A gente fica apreensivo, mas, ao mesmo tempo, com muita expectativa com o desenvolvimento dela, as novas experiências. Ela está muito feliz e pergunta se vai ter brincadeiras, se a avó também pode ir com ela. É uma novidade para todos nós. A princípio, achamos que ela vai se adaptar bem.”

Sem traumas

A psicóloga Lia Clerot alerta para alguns cuidados na volta às aulas. Em caso de resistência do aluno e para evitar traumas, o segredo é conversar. “Pais e educadores precisam estar juntos nessa hora para que o trabalho de cada um seja complementado pelo outro.”
A tranquilidade das crianças no primeiro dia de aula não depende dela, mas da confiança dos pais. “Muitas vezes, eles ficam com medo de deixar a criança na escola e, sem querer, transferem essa insegurança e a sensação de abandono para o filho”, diz a psicóloga.

*Estagiária sob supervisão 
de Marina Mercante


Evite o trânsito
Dicas para a entrada e a saída da escola

» Evite chegar em cima da hora. O ideal é que o filho desembarque 20 ou 30 minutos antes.

» Pare em locais adequados, para não atrapalhar o fluxo de veículos

» Tenha bastante cuidado com a travessia em faixas de pedestres, principalmente as que estão próximas a escolas


Fonte: Detran-DF

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