Correio Braziliense
postado em 29/01/2020 04:07
Em agenda pública ontem, o governador Ibaneis Rocha (MDB) comentou a fuga dos três detentos da Papuda. O emedebista afirmou que a situação está em apuração e que as forças de segurança trabalhavam para capturar os fugitivos. Na ocasião, no entanto, o chefe do Executivo local voltou a falar sobre a permanência de líderes de organizações criminosas, como Marcola, do PCC, no DF, e contestou o ministro da Justiça e da Segurança Pública, Sergio Moro.
“Tenho sido muito duro, talvez, em relação a essa questão do presídio aqui. Mas existe uma reclamação que não é só minha, é de muitos governadores, no sentido do distanciamento do ministro Moro, que não ocorria com o ministro (Raul) Jungmann”, declarou, em referência ao titular do Ministério Extraordinário da Segurança Pública no governo Temer.
Na semana passada, o secretário de Segurança Pública do DF, Anderson Torres, enviou um ofício para Moro em que pedia esclarecimentos e informações urgentes sobre a atuação de grupos criminosos na capital. O documento recebeu aval do governador. Na avaliação da cúpula do GDF, havia risco iminente de incidentes envolvendo integrantes de facções. A fuga de integrantes dessas organizações no Paraguai e no Acre e a existência de um plano para libertar Marcola foram citados para embasar as reclamações.
Em meio à turbulência, Torres reuniu-se com outros secretários do país e com o presidente Jair Bolsonaro para reivindicar a recriação do Ministério da Segurança, hoje vinculado à Justiça e sob o comando de Moro. A sinalização do chefe do Palácio do Planalto de que estudaria o caso causou uma crise no governo e motivou questionamentos sobre o impacto nas atribuições de Sergio Moro. Bolsonaro adiou a discussão e manteve a pasta como está.
Ontem, Ibaneis reclamou da falta de diálogo entre o ministério e os governos locais. Ele defendeu a necessidade de uma política integrada de segurança pública. “Eu nunca fui convidado pelo ministro Moro para tratar sobre a segurança pública do Distrito Federal, e assim tem sido com a maioria dos governadores”, disse. “Acho que o presidente Bolsonaro é um homem muito inteligente e deveria orientar o seu ministro”, acrescentou.
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