Cidades

Um local de excelência

Referência internacional na área de saúde, a rede Sarah começou em Brasília, em 1960, como um centro de reabilitação. As atividades aconteciam em um prédio simples, conhecido hoje como Sarinha

Correio Braziliense
postado em 01/02/2020 04:14
Lúcia e Álvaro: histórias que se cruzaram com Campos da Paz





Sinônimo de sucesso e boa administração, a rede Sarah é um dos maiores bens que a construção de Brasília trouxe para o país. Em um prédio simples, de dois andares, em 21 de abril de 1960, era inaugurado o Centro de Reabilitação Sarah Kubitschek. Nessa época, ninguém imaginava a grandeza que a unidade de apoio do projeto de saúde da nova capital viria se tornar. Hoje, atendendo cerca 1,8 milhão de pessoas — segundo levantamento de 2019 — e com nove unidades pelo país, a rede é referência nacional e internacional.

O Centro de Reabilitação Sarah Kubitschek foi implantado pela então Fundação das Pioneiras Sociais, com o projeto original do arquiteto Glauco Campello. O edifício, atualmente conhecido como Sarinha, hoje faz parte da unidade Sarah Centro, na Asa Sul. “No início, era só uma unidade de apoio. Não havia a intenção na época de transformar em um hospital de referência. Era parte da construção de Brasília”, comenta o arquiteto Haroldo Villar de Queiroz.

Em 1968, Aloysio Campos da Paz Júnior foi convidado para dirigir o centro e aplicar o aprendizado de um treinamento feito em Oxford, na Inglaterra. Em 1969, o centro foi ampliado e passou a funcionar também como hospital cirúrgico, atendendo público de outros estados, além de Brasília. “Na década de 1970, o Aloysio procurou o arquiteto Lelé querendo fazer um hospital maior, de referência na medicina do aparelho locomotor”, relembra Haroldo.

O ortopedista Álvaro Massao Nomura, 69 anos, começou a trabalhar no Sarah na fase dos projetos de Aloysio. Nessa época, ainda médico residente, saiu de Goiás para se especializar em um dos hospitais que prometia ser uma referência nacional. “Em Goiânia, eu sempre dava plantão para ganhar dinheiro extra. Um dos profissionais da clínica foi residente do doutor Paz no Hospital de Base, quando eu falei que fazia ortopedia, ele me aconselhou a ir para o Sarah. Mas ele tinha um interesse. A clínica era de traumatologia, e esse profissional queria que eu viesse aprender e voltasse. Eu vim, fiz e não voltei”, lembra.

Álvaro afirma que chegou ao Sarah na época em que o projetos estavam “borbulhando”. O aprendizado se misturava com as responsabilidades e o crescimento da carreira, baseada na confiança de Campos da Paz com o profissional. “O doutor me deu uma delegação de poder que foi um negócio impossível: a coordenação dos residentes da ortopedia. Ele disse para mim: ‘Álvaro, vai em frente, se encrencar, você me chama’. A gente ia trabalhando no Sarinha e a obra crescendo do outro lado”, lembra. Hoje, Álvaro acumula mais de 40 anos na rede e é vice-presidente da instituição.


Linha do tempo
1960 - Inauguração do Centro de Reabilitação Sarah Kubitschek

1968 - Aloysio Campos Paz assume a direção do centro. Início do projeto da rede Sarah

1969 - O centro passa a funcionar também como um hospital cirúrgico, com 66 leitos

1976 - O projeto que prevê o Hospital Sarah é aprovado pela Secretaria de Planejamento da Presidência da República e pelo Ministério da Saúde

1977 - Início da formação da equipe do hospital

1980 - Inauguração do Sarah

1993 - Inauguração do Sarah em São Luís

1994 - Inauguração do Sarah Salvador

1997 - Inauguração do Sarah Belo Horizonte

2001 - Sarah Fortaleza

2005 - Sarah Macapá

2007 - Sarah Belém

2009 - Inauguração do Centro Internacional de Neurociências e Neurorreabilitação, no Rio de Janeiro

Fonte: Rede Sarah



Referência estética

João Filgueiras Lima, conhecido como Lelé, é um dos nomes mais prestigiados da arquitetura moderna do Brasil. Lelé chegou à capital no início da construção e fez parte da história de Brasília ao lado de Oscar Niemeyer. O diálogo do trabalho dos dois era harmonioso, destacando obras com uso de concreto armado.

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