Correio Braziliense
postado em 01/02/2020 04:15
A Polícia Civil do DF prendeu ontem mais um suspeito acusado de participar da morte do motorista de transporte por aplicativo Aldenys da Silva, 29 anos, assassinado em 3 de janeiro. O corpo dele foi encontrado 15 dias depois enrolado em um saco plástico, às margens da BR-070, em Brazlândia, sentido Águas Lindas (GO).
O acusado de 23 anos compareceu à 19° Delegacia de Polícia (Ceilândia P Norte) acompanhado do advogado de defesa. No interrogatório, o jovem permaneceu em silêncio, segundo o delegado à frente do caso, Sérgio Bautzer. “Ele é conhecido da polícia. Tem passagem por roubo e foi preso pela nossa equipe, quando estávamos na 17° DP (Taguatinga Norte). Inclusive, até dezembro do ano passado, utilizava tornozeleira eletrônica”, ressaltou.
Na quarta-feira, a Polícia Militar prendeu o primeiro suspeito de envolvimento na morte do motorista. Natanael Pereira Barros, 19, foi reconhecido por um morador em frente a uma loja de esportes em Taguatinga. Em depoimento, ele negou ter matado Aldenys e afirmou que o contato entre os dois era para negociar aluguel de casas.
Contudo, investigações apontam que o crime teria sido premeditado. “Eles conheciam a vítima e, provavelmente, o atraíram para a residência deles, em Taguatinga Norte, e, em seguida, o esfaquearam. Testemunhas relataram que Aldenys foi visto na companhia do segundo suspeito e que mantinham uma amizade”, detalhou o delegado.
A principal hipótese é de latrocínio (roubo seguido de morte). De acordo com Sérgio Bautzer, a dupla tinha a intenção de roubar R$ 3 mil de Aldenys — dinheiro emprestado pelo tio para comprar um lote na QNN 40, que pertencia a Natanael —, o carro e o celular.
Agora, a polícia aguarda o laudo do local da ocultação do cadáver e do instituto de DNA, que analisará o material genético encontrado na casa dos suspeitos com as impressões digitais do saco plástico usado para enrolar o corpo. Caso seja comprovado o envolvimento da dupla, os dois responderão pelos crimes de latrocínio e ocultação de cadáver. A pena pode chegar a 30 anos de prisão.
Terceira etapa
O próximo passo é localizar e recuperar o carro e o telefone da vítima. A princípio, a suspeita era de que o veículo estaria em Fortaleza (CE), mas essa hipótese foi descartada. Patrícia Rocha, 49, era amiga de Aldenys havia 13 anos. Para ela, a prisão dos acusados é um alívio. “É um misto de sentimento, porque, na realidade, estou incrédula com a Justiça. Nunca sabemos se eles ficarão presos ou se serão liberados. Mas, por um lado, estou tranquila em saber que, caso sejam presos, não farão outras vítimas.”
No dia em que desapareceu, em 3 de janeiro, Aldenys havia marcado de passar na casa de Patrícia, para irem a um enterro de um amigo.
“Ele é conhecido da polícia. Tem passagem por roubo e foi preso pela nossa equipe, quando estávamos na 17° DP (Taguatinga Norte). Inclusive, até dezembro do ano passado, utilizava tornozeleira eletrônica”
Sérgio Bautzer, delegado
Notícias pelo celular
Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.
Dê a sua opinião
O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.