Correio Braziliense
postado em 02/02/2020 21:52
Os brasilienses lotaram a Praça dos Orixás, no Lago Sul, para comemorar o Dia de Iemanjá. A data, celebrada anualmente, teve programação pensada para contemplar as culturas tradicionais de matriz africana, negra e brasileira. O evento, promovido neste domingo (2/2), contou com a presença de frequentadores de diversos terreiros do Distrito Federal, além de grupos musicais, roda de capoeira e aulão de dança afro.
A Festa das Águas prestigia Iemanjá, considerada mãe de todos os orixás, e estende as homenagens para Oxum, rainha da água doce e dona dos rios e cachoeiras. Repleto de atrações culturais, o evento também teve uma feira afro, formada por expositores locais, e apresentações de dança.
''A proposta é reafirmar a Praça dos Orixás, enquanto patrimônio do DF, junto à Festa de Iemanjá, que é patrimônio cultural nacional. O intuito é valorizar esse espaço, ampliar a ocupação dele com terreiros locais, grupos culturais, praça de artesanato, gastronomia, além de reafirmar a força e a beleza das culturas de matriz africana'', afirmou Stéffanie Oliveira, coordenadora do evento.
Identidade cultural
O evento começou às 9h, com uma das maiores e mais simbólicas expressões de fé da cultura de terreiro: a lavagem de Iemanjá e Oxum, que aconteceu no Espaço Axé — local dedicado a atividades de cunho religioso na festa. O ritual celebra, purifica e abençoa corpo, alma e ambiente, para promoção da paz.
Para a feirante Juliana Rodrigues, 33 anos, o evento é uma oportunidade de agradecer e pedir proteção à família, paz e prosperidade. ''É o que mais pedimos. Ela (Iemanjá) é nossa mãe, e todo ano estamos aqui. Quando começamos a cantar, me arrepio toda. A gente sente a energia na pele'', disse.
Juliana foi para o evento com a mãe, a empresária Wiliane Melo, 50. As duas fizeram questão de estar juntas. ''Sinto-me bem. Estar aqui nos dá uma força divina. Não temos o mar, mas temos a Prainha para oferecer o melhor a ela (Iemanjá)'', comentou.
Esta foi a primeira vez de Leonardo Araújo, 29, na Festa das Águas. O consultor contou que se sentiu em casa. ''É importante essa representação no DF. Ela cria uma identidade cultural e não faz perder aquilo que aprendemos com nossos pais. Gostaria de participar mais, mas viajo bastante neste período. Ver essa celebração é muito especial'', opinou.
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