Cidades

Polícia apura morte de professor do CEF 410 Norte e não descarta homicídio

Odailton Albuquerque morreu nesta terça-feira (4/2), no Hran, onde estava internado desde quinta, após passar mal na escola em que trabalhava. Segundo a família, mal-estar começou depois de o docente beber um suco

Correio Braziliense
postado em 05/02/2020 06:00
Odailton Charles de Albuquerque Silva, 50 anosA 2ª Delegacia de Polícia (Asa Norte) apura a morte do professor da rede pública Odailton Charles de Albuquerque Silva, 50 anos. Ele estava internado no Hospital Regional da Asa Norte (Hran) desde a última quinta-feira, após passar mal no Centro de Ensino Fundamental 410 Norte. A investigação não descarta a hipótese de homicídio, bem como uma possível morte natural, em decorrência de questões de saúde.

Segundo o boletim de ocorrência registrado pela mulher do docente, o mal-estar teria começado depois que o professor ingeriu um suco. Ele vomitou e precisou ser levado ao hospital. Ainda segundo o relato da esposa, Odailton Charles teria entrado em contato com familiares logo após o ocorrido, por volta das 12h30. As roupas e pertences utilizados por ele no dia foram entregues à polícia dentro de uma bolsa térmica com pedras de gelo. Conforme a ocorrência, os materiais podem “ser periciados para a possível constatação de alguma substância que possa ter sido ingerida e ter causado algum tipo de intoxicação na vítima”.

A morte do professor foi confirmada por familiares ao Correio. Segundo Tomasia Albuquerque, sobrinha de Odailton Charles, a família ainda tinha esperanças que o professor se recuperasse. “Eu o vi ontem (nesta segunda-feira — 3/2) no hospital. Estamos muito abalados, mas a ficha ainda não caiu. Meu tio era uma pessoa muito boa, gostava de ajudar a todos e estava na melhor fase da vida profissional”, afirmou.

De acordo com Tomasia, Odailton teria acabado de retornar de uma viagem com a mulher e a filha, de 7 anos, e aguardava para assumir uma promoção na Secretaria de Educação. “Ele voltou tem pouco mais de 15 dias e estava muito feliz. Uma tia que era como uma mãe para ele ia dar o terno para que ele assumisse a vaga nos próximos dias”, comentou a sobrinha.
 
De acordo com Luiz Henrique Albuquerque, também sobrinho do professor, logo após a notícia da morte, a família se reuniu para conversar sobre a data e o local do sepultamento, mas até o fechamento desta edição ainda não havia nada decidido. O corpo do docente foi encaminhado ao Instituto de Medicina Legal (IML).

Conforme o Portal da Transparência do GDF, Odailton Charles era servidor da Secretaria de Educação desde 1999 e estava na gestão do CEF 410 Norte desde 2012, tendo atuado como diretor e como vice. Em nota a Secretaria de Educação, informou que lamenta o ocorrido e que aguarda a conclusão das investigações.

Agentes da 2ªDP escutam familiares, colegas de trabalho e a diretora do Centro de Ensino Fundamental 410 Norte, onde Odailton Silva trabalhava. A escola conta com câmeras de segurança, no entanto, os investigadores aguardam informações sobre se os aparelhos funcionavam no momento em que o professor passou mal. Se confirmado, as imagens serão analisadas.

De acordo com o relato de uma fonte ao Correio, ainda não há nenhum laudo que comprove a tese de que Odailton teria sido envenenado. Contudo, a hipótese não é descartada, como explicou o delegado Laércio Rossetto, chefe da 2ª DP. “Estamos apurando as circunstâncias do que, de fato, pode ter acontecido. Pedi as perícias e aguardo os resultados dos laudos que serão produzidos pelo Instituto de Medicina Legal e pelo Instituto de Criminalística (IC). As análises irão mostrar se houve ou não envenenamento. Só assim iremos avançar, pois precisamos trabalhar de forma técnica e profissional, para que não ocorra nenhum erro”, destacou.

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