Correio Braziliense
postado em 06/02/2020 04:13
Edison Garcia, presidente da CEB" />
Os problemas no fornecimento de energia registrados em 2019 no Distrito Federal, e principalmente devido às chuvas do fim do ano, levaram a Companhia Energética de Brasília (CEB) a adotar um plano de ações para 2020. Os gastos previstos com as medidas — que incluem investimentos em obras e manutenção — chegam a R$ 94,1 milhões. Os trabalhos devem terminar até o meio do ano, antes do início da fase de precipitações, conforme dados divulgados ontem pela empresa.
Os prejuízos com equipamentos sem manutenção resultaram, por exemplo, em incêndios em duas subestações da CEB, na Asa Norte e em Taguatinga, no ano passado (leia Memória). O presidente da companhia, Edison Garcia, acredita que as ações preventivas evitarão gastos maiores com reparos. “Fizemos um diagnóstico e observamos onde estávamos tendo incidência maior de queda de energia, por que e o que poderia ser feito para mitigar esse problema. Desenvolvemos o plano de ação em estratégia com órgãos de governo e administrações regionais”, ressaltou.
Os trabalhos incluem poda de árvores, em parceria com a Novacap; reforma de transformadores; e obras para criação e ampliação de subestações. Em anos anteriores, os gastos com investimentos na empresa ficavam em torno de R$ 50 milhões. Em 2020, o que permitirá quase o dobro de orçamento para esse fim, segundo Edison Garcia, foi a redução das despesas. Segundo ele, apesar do registro de queda na arrecadação com o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), houve melhora nas receitas. Ainda assim, o balanço com os detalhes sobre as finanças da CEB será divulgado apenas em abril.
Irregularidades
Uma das fontes de prejuízo econômico citadas por Edison Garcia são as ligações clandestinas. Em 2018, elas geraram uma perda de R$ 200 milhões para a companhia. Os “gatos” ainda correspondem a uma preocupação da companhia, segundo o presidente. Ele observou que, atualmente, há 62 mil unidades irregulares cuja legalização geraria R$ 92,6 milhões para o caixa da empresa e R$ 11 milhões em ICMS para os cofres públicos.
Em abril de 2019, a gestão que assumiu a empresa no governo Ibaneis Rocha (MDB) detectou dívida acumulada de R$ 1 bilhão, além de queda nos lucros líquidos da distribuidora de energia e da administradora da companhia, a CEB Holding, em 2018. À época, Garcia afirmou que a privatização estava fora dos planos. Em agosto, porém, o chefe do Buriti assinou contrato com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para estruturar o projeto de alienação da CEB Distribuição.
Memória
2019
29 de maio
Mais de 17 mil casas e comércios ficaram sem energia após um incêndio atingir a subestação da CEB na Asa Norte. O bairro é atendido por duas unidades. O óleo que resfria um dos três transformadores da estação teria superaquecido e dado início ao fogo.
1º de outubro
Um princípio de incêndio deixou Taguatinga, Ceilândia e Vicente Pires sem energia. O fogo afetou a subestação do Pistão Norte e provocou um apagão de cerca de 20 minutos. O incidente causou a queima parcial de um dos transformadores da unidade. Ninguém se feriu.
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