Cidades

Projeto de professor que morreu envenenado foi destaque no Correio em 2006

Naquele ano, Odailton Silva desenvolveu um projeto na Escola Classe 306 Norte em que estimulou alunos a construir maquetes de monumentos da capital

Correio Braziliense
postado em 07/02/2020 17:04
Odailton e alunos que participaram do projeto mostram algumas das maquetes: oportunidade de conhecer melhor a capitalUm professor interessado em buscar formas mais estimulantes de ensino e ultrapassar as fronteiras da sala de aula. Assim era Odailton Charles Silva, ex-diretor do Centro de Ensino Fundamental 410 Norte, morto por envenenamento na última terça-feira (4/2).

Matéria publicada em novembro de 2006 no suplemento Super!, do Correio Braziliense, destacava um projeto elaborado por Odailton quando ele era professor de ciências sociais da Escola Classe 306 Norte.

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Na iniciativa, buscando estimular um maior conhecimento sobre a história de Brasília, ele incentivou os estudantes a visitar monumentos da cidade e, depois, construir maquetes das construções. As peças acabaram integrando uma exposição. 

"Muitas vezes, a gente sai de casa para a escola e da escola para casa. Acabamos não conhecendo Brasília de verdade", disse Odailton à época para explicar de onde tinha tirado a ideia do projeto.
 

Leia a matéria publicada no Correio em novembro de 2006

Você já visitou a Praça dos Três Poderes, conheceu os anjos da catedral ou os vitrais do Panteão da Liberdade? Já viu de perto as roupas de Juscelino e Dona Sarah no Memorial JK? Já jogou uma moedinha no lago em frente à casa do presidente? Se você respondeu não a alguma das perguntas acima, está precisando conhecer melhor a sua cidade.

As páginas do suplemento Super! com a matéria sobre o projeto do professor"Muitas vezes a gente sai de casa para a escola e da escola para casa. Acabamos não conhecendo Brasília de verdade", afirma o professor de ciências sociais da Escola Classe da 306 Norte, Odailton Charles.

Foi pensando nisso que ele criou uma maneira diferente para ensinar mais sobre os pontos turísticos e as formas de Brasília a seus alunos da 5ª série. Durante um mês, os estudantes brincaram de ser arquitetos e reproduziram em maquetes alguns dos principais monumentos da cidade.

Antes de tudo, as crianças tiveram que pesquisar sobre os monumentos para descobrir o significado de cada um deles. Depois o professor incentivou que os alunos conhecessem de perto os pontos turísticos com suas famílias.

"Tivemos uma fase de coleta de material, para aprender mais sobre as obras. Depois levamos mais alguns dias para construir tudo", conta Luana Cruz, 12 anos. Ela e mais três colegas reproduziram em uma grande maquete toda a Esplanada dos Ministérios, incluindo o Congresso Nacional, a Praça dos Três Poderes, a Catedral e até o novo Museu que ainda não está em funcionamento.

Além do Congresso Nacional, que é o cartão-postal mais famoso de Brasília, a Ponte JK também foi uma das preferidas pelos alunos. Rodolfo da Silva, 15 anos, levou quase um mês para construir a sua. Usou ispor, varetinhas de coqueiro e muita tinta colorida – especialmente a azul, para imitar as águas do Lago Paranoá. Ele também contou com a ajuda de um primo. Aliás, todos os alunos tiveram uma mãozinha da família para concluir o projeto.

Luís Barreto, 12 anos, queria reproduzir um monumento menos conhecido, que ninguém mais fosse fazer. Foi a mãe dele quem deu a idéia de construir a maquete da Igreja Nossa Senhora de Fátima, também conhecida como Igrejinha, que fica na 307/308 Sul. "Nunca tinha visitado antes. É interessante a gente poder aprender na escola coisas sobre a nossa cidade", afirma Luís.

O trabalho dos pequenos arquitetos será exposto na Mostra de Arte, Ciência e Tecnologia da Educação Pública, que acontecerá este mês no shopping Pátio Brasil. "Estou muito ansiosa, já chamei meus amigos e a família para ver de perto. Vai ser muito legal expor a minha maquete para todos verem", conta Luana.

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