Cidades

Militares reforçam segurança

Por ordem da Presidência da República, os arredores da Penitenciária Federal de Brasília serão, até 6 de maio, vigiados pelas Forças Armadas. O motivo: a suposta ameaça de fuga de Marcola, um dos líderes do PCC

Correio Braziliense
postado em 08/02/2020 04:16
Tanque na entrada da Penitenciária Federal de Brasília: pedido dos ministérios da Justiça e da Defesa
O presidente da República, Jair Bolsonaro, autorizou o emprego das Forças Armadas para reforçar os arredores da Penitenciária Federal de Brasília. O decreto de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) com a decisão foi publicado ontem no Diário Oficial da União. A justificativa para a medida estaria em supostos planos de fuga de Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola, um dos líderes do Primeiro Comando da Capital (PCC), que está preso no complexo desde março de 2019 (leia Memória).

A medida, assinada pelos ministros Sergio Moro (Justiça), Fernando de Azevedo e Silva (Defesa) e Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Internacional), começou a valer ontem e será estendido até 6 de maio. O Ministro da Defesa ficará responsável por definir a alocação dos meios disponíveis (recursos financeiros) e o raio de atuação dos militares. Ainda segundo o decreto, o emprego das Forças Armadas será realizado “em articulação com as forças de segurança pública competentes e com o apoio de agentes penitenciários do Departamento Penitenciário Nacional (Depen) do Ministério da Justiça e Segurança Pública.”

Em nota oficial, o Ministério da Justiça esclareceu que a decisão tem caráter preventivo, com o objetivo de manter elevado nível de segurança do local onde estão isolados integrantes de organizações criminosas. “A ação faz parte de uma série de medidas preventivas que vêm sendo feitas de maneira integrada pelos dois ministérios e que terão continuidade”, informou o órgão.

Prevenção
O ministro Sergio Moro afirmou ontem que não há nada concreto em relação à ameaça de fuga de Marcola, mas preferiu tomar medidas preventivas. “A população pode ficar tranquila, pois está muito segura, e o governo está sempre se antecipando aos criminosos. Estamos prevenindo qualquer espécie de plano de fuga. Esses criminosos são muito poderosos e, normalmente, quando entram em um presídio, sempre há intenção de escapar”, ressaltou.

Questionado sobre a queixa do governador Ibaneis Rocha (MDB) em “não receber qualquer tipo de aviso ou comunicação prévia” em relação à segurança do Presídio Federal, Moro ponderou que compreende a reclamação do Executivo, mas que o governo federal se antecipa a qualquer tipo de problema a fim de evitar riscos à população. Em nota, a Secretaria de Segurança Pública do DF informou que está em contato com o Comando Militar do Planalto para eventuais ações.


Memória

Transferência e rebelião na Papuda

Marcos Willians Camacho, o Marcola, foi transferido, pela primeira vez, para o sistema penitenciário do DF, em 2001. À época, o líder do PCC ficou no Centro de Internação e Reeducação (CIR), na Papupa. A permanência durou até 8 de fevereiro de 2002. Nesse período, a Papuda teve uma rebelião histórica, com duração de 28 horas. Dois presos foram mortos no conflito. Marcola não participou diretamente do episódio, mas alguns envolvidos tinham ligação com uma facção surgida a partir do PCC, a Paz, Liberdade e Direito (PDL). Em fevereiro de 2019, três líderes do PCC deixaram São Paulo e tornaram-se internos no DF, um deles, o irmão de Marcola, Alejandro Juvenal Herbas. Marcola veio em seguida, em 22 de março. Em dezembro do ano passado, suspeitas de um plano de fuga para resgatar o chefe do PCC mobilizaram equipes do Exército Brasileiro, do Comando Militar do Planalto e da Força Nacional. O resgate custaria mais de R$ 80 milhões.



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