Correio Braziliense
postado em 11/02/2020 04:18
Morreu, ontem, o médico Renato Maia Guimarães em decorrência de complicações de pneumonia, aos 67 anos. Nos últimos 10 anos o mineiro passou a sofrer complicações causadas pela Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA). Ele deixou um legado de relevância na área da geriatria desde que chegou à capital, em 1985.
Com uma amizade de quase três décadas, o médico Marcus Vinícius Ramos chamou a atenção para o espírito jovem de Renato. “Ele sempre foi uma pessoa de muita esperança e alegria, apesar da doença”, afirmou. Marcus Vinícius ocupou o cargo de presidente da Academia de Medicina de Brasília (AMeB), após a saída do médico. “Foi uma honra sucedê-lo. Ele teve a grandeza de fazer uma excelente administração”, disse.
O respeito pela capital é relembrado pela filha mais velha, Mariana Guimarães, 40. “Ele tinha um carinho enorme por Brasília. Foi o mineiro mais candango que eu conheci”, revela. A primogênita orgulha-se do legado que o pai deixou no apoio e no tratamento de idosos. “Foi uma pessoa que viveu e amou intensamente. Isso é ser Renato Maia, ser intenso em tudo o que faz”, emociona-se.
A referência de Renato para a caçula Juliana Guimarães, 38, é de uma pessoa protetora. “Estava sempre cuidando de todos. Deixa o ensinamento de que devemos sempre lutar, trabalhar, correr atrás e fazer bons projetos”, diz. O pai também foi um exemplo de alegria. “Sempre encarou a vida com muito bom humor. Até a sexta-feira passada, quando estava internado, estava fazendo piada”, conta.
Formado em medicina pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Renato Maia acumulava mais de 45 anos de profissão. Ele fez pós-graduação em medicina geriátrica na University of Birmingham e mestrado em ciências da saúde pela Universidade de Brasília (UnB), além de atuar como professor voluntário de geriatria da UnB e se destacar, em 2016, como membro e presidente da Academia de Medicina de Brasília.
Também trabalhou como coordenador da Linha de Cuidado, Pesquisa e Educação Permanente em Saúde do Idoso da Escola Superior de Ciências da Saúde (ESCS/DF) e presidiu a International Association of Gerontology and Geriatrics e a Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia. O médico geriatra deixou a mulher, duas filhas e uma neta.
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