Segundo a vice presidente, uma das ideias dessa modernização é de mudar os índices de informal para formal, além de acabar com o estigma sobre os ambulantes. “Aos poucos vamos mudar esse estigma que ambulante é ilegal e informal. Vamos mostrar que ele é um grande colaborador para a economia do DF” reafirma.
No primeiro momento, pode ser feito no aplicativo apenas o cadastro gratuito para os ambulantes. Em breve, segundo o sindicato, para usufruir de todas as opções, o vendedor terá que estar regularizado como microempreendedor individual (MEI). “Queremos que os vendedores se enxerguem como empresa e que ele tenha como se manter em caso de emergência” destaca Cristiane. Além da regularização, planos de saúde, odontológico, descontos em compras com indústrias também farão parte do aplicativo.
A vendedora ambulante Darlene Matos, concorda com a regularização por meio do aplicativo. Ela alega que será mais fácil e que evitará constrangimentos de trabalhadores perderem a mercadoria. “Ser ambulante é a única forma de sustentar a família. Acho um absurdo quando a fiscalização chega tomando os produtos de quem está trabalhando para ganhar o pão de cada dia” argumenta.
A ideia também é que eles atuem cada vez mais e de forma independente. Na plataforma, os ambulantes terão disponíveis as oportunidades de eventos cidade. As barracas serão padronizadas e terá o uso de uniformes.“Além de terem mais lucro, queremos pôr um fim nas atuais condições onde marcas disponibilizam guarda sol por exemplo para gerar propaganda instantânea sem o vendedor receber por essa divulgação” antecipa Bartolomeu Gonçalves Martins, Presidente do Sindicato.
O vendedor ambulante José Costa é a favor da regularização do trabalho. Para ele, o governo deveria entender que os ambulantes já procuraram outras opções de emprego. “Nós pagamos os impostos com nosso trabalho que não é fácil. Muitos estão aqui por terem sido demitidos nas empresas e não conseguirem emprego formal, como é meu caso. Tive que me virar para não faltar comida na mesa” relata.
Comércio nas regiões administrativas e aplicativo para clientes
Uma das ideias para acabar com barracas ilegais perto de lojas regulares é de desenvolver o comércio na região onde moram o vendedor. “Ao invés do ambulante vir de Ceilândia para o Plano, vamos desenvolver projetos para os que estão lá” complementa o presidente.
Com essa ideia de modernização, algumas empresas também pensam em contratar moradores de rua para sair da vulnerabilidade e incentivar ao trabalho. “Tem empresa que quer dar 200 ou 300 reais para moradores de rua serem ambulantes e que tenham mais dignidade” adianta Cristiane.
Além dos projetos nas cidades do DF, o sindicato criará outro aplicativo. O Sindvamb Pay será lançado para clientes e melhor realização dos eventos. O intuito do projeto é estimular o comércio digital seguro. Ele terá formas de pagamento digital, geolocalização e informações sobre os ambulantes como mercadorias que vendem. “Os clientes podem ver no aplicativo onde os ambulantes estão e o que vendem nas ruas e eventos. Podem fazer a compra via celular e ir buscar na barraca apresentando o QR Code para validar a compra” acrescenta a vice presidente.
A ideia da compra digital também vale para os ambulantes que compram nos fornecedores parceiros do aplicativo. As compras, no geral, serão registrada na base de dados. “Com isso queremos estimular a formalidade, onde se comprará de MEI para empresa. Com essa tecnologia vira QR Code que não terá fraudes" informa Cristiane.
*Estagiário sob supervisão de Carlos Alexandre de Souza