Cidades

"Brasília como capital da inovação"

Correio Braziliense
postado em 18/02/2020 04:08

Desenvolvimento por meio da tecnologia e inovação, utilização de recursos naturais para geração de emprego e pautas polêmicas na Câmara Legislativa, como o Projeto de Decreto Legislativo (PDL) para barrar o aumento das passagens do transporte público. Esses e outros temas foram abordados pelo deputado distrital Eduardo Pedrosa (PTC) em entrevista ao programa CB.Poder — parceria do Correio com a TV Brasília —, na tarde de ontem. Presidente da Comissão de Desenvolvimento Sustentável, Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente e Turismo, o parlamentar também comentou sobre as alternativas para o Distrito Federal crescer economicamente e quais setores precisam de investimentos prioritários.


Quais as principais pautas prioritárias no começo do semestre?
Pelo que temos acompanhado, o maior interesse do governo é dar encaminhamento aos projetos do SIG e das antenas, que é uma nova legislação das telecomunicações do DF, uma forma de melhorar acesso de sinal, porque estamos em uma posição muito ruim no ranking de acesso à informação no DF. De todas as capitais, temos a pior em conectividade, das 14 com mais de 1 milhão de habitantes. Então, muitas vezes estamos com o celular, mas sem sinal. É um projeto fundamental para falar em internet 5G e revolução tecnológica.

Existe o projeto que busca diversificar a área do SIG. Quais são as outras áreas com potencial de desenvolvimento?
Primeiro, acho que temos de fazer um trabalho específico voltado para o Parque Tecnológico. Essa é uma região que poderíamos investir e tentar, inclusive, criar uma zona com segurança jurídica diferenciada para as empresas se instalarem ali. Em segundo lugar, acho que todas as cidades do DF têm condições de melhorar o desenvolvimento. Tenho acompanhado muito o Paranoá e o Itapoã, e as pessoas estão me pedindo para criar algo nesse sentido lá. Estamos avaliando.

Com Brasília chegando aos 60 anos, qual deve ser a vocação econômica? Mais participação do governo ou da iniciativa privada? Qual equação?
Não temos mais condição de viver em um Estado basicamente sustentado nos alicerces do funcionalismo público. Hoje, isso mudou demais. As pessoas querem menos interferência do Estado na economia, nas empresas. Acredito que o momento é de desenvolver os empresários locais, trazer empresários de fora para cá. Eles precisam de segurança jurídica, isso é importante para ter Brasília como capital da inovação. Pela localização estratégica que temos no DF e a capacidade de mão de obra, temos condição de nos desenvolver como um dos centros de tecnologia referência da América Latina.

Como o senhor pensa em conciliar desenvolvimento econômico com meio ambiente?
Meio ambiente e desenvolvimento econômico podem caminhar juntos. Estive lá no aterro e vi que o gás metano é basicamente eliminado. Em vários estados no país e no mundo, a gente vê que o gás é usado para gerar energia e ajudar a desenvolver mercados. São empregos gerados em torno disso. Ou seja, dinheiro é desperdiçado, dá para ter eficiência muito maior do Estado.

O senhor tem um projeto de lei voltado para incentivar a energia solar. Em que pé ele está?
Buscamos, no início, a isenção do ICMS para aquisição das placas de energia, que estavam sem convênio renovado há dois anos em Brasília. Lutei e realizamos. Estive na sexta-feira com o presidente do BRB falando de uma linha de crédito que estava sendo desenvolvida para que as pessoas possam fazer a energia solar aqui no DF de uma forma atrativa, com taxa justa e placa com garantia. Estamos trabalhando em cima de um projeto para trazer a perspectiva de, nas áreas rurais, os pequenos produtores gerarem energia. Vamos alimentar famílias com esse projeto.

Muita gente quer saber sobre o concurso da PMDF. São muitas pessoas esperando serem chamadas para assumir. 
Acredito que a PM deve encaminhar um processo para nomeação, até porque, se há concurso vigente, se há possibilidade de nomear, é até mais fácil fazer isso do que um novo concurso. Estamos aguardando o desfecho disso e cobrando bastante.

O que se pode fazer em relação ao desemprego no DF e como a Câmara pode ajudar?
Passa por trazer empresas para cá, desenvolver pauta econômica para mobilizar o empresário local, e ele voltar a investir. Também temos de criar condições para que as pessoas possam ter acesso aos trabalhos do novo milênio. Os empregos de 10 anos atrás eram uns, os de hoje são outros. Temos de capacitar pessoas em áreas específicas, voltadas para a área de tecnologia.

O senhor acabou de entrar na política, assim como Ibaneis (Rocha). Como avalia o primeiro ano e o começo de segundo ano do governador?
Um bom ano. No primeiro, o governo trabalha com o orçamento do governo que saiu.  Naturalmente, existem dificuldades. Política é um pouco diferente, mas ele acabou pegando a manha no fim do ano, e o governo começou a caminhar. Agora, o orçamento é do governo, que está há mais de um ano, não tem desculpa. O momento do Brasil pode não ser perfeito, mas vemos que existe melhora econômica, e o DF, nesse contexto, queremos que seja o Estado que mais vá se desenvolver ao longo do ano.

E o aumento das passagens de ônibus e do metrô? Como está isso na Câmara Legislativa?
Foi criado um grupo de trabalho na Câmara com técnicos. A ideia é entender esses números, porque o governo diz que existem tarifas que são um pouco confusas. É normal aumentar o custo das coisas de um ano para o outro, porque há inflação, tudo aumenta,  mas, da forma que foi aumentado, não sabemos se foi da melhor maneira. Porém não sei se deputados podem fazer algo. Na legislatura passada se fez um PDL, e a Justiça derrubou porque foi inconstitucional.


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