Cidades

Ação vai recolher 700 sucatas

Operação coordenada pela Secretaria de Segurança Pública vai recolher carcaças de veículos. Objetivo é diminuir focos do mosquito Aedes aegypti. Três regiões administrativas já receberam a ação, que seguirá para Planaltina e Sobradinho

Correio Braziliense
postado em 21/02/2020 04:17
Restos de automóveis foram recolhidos da Administração do Guará. Objetivo é diminuir focos do mosquito da dengue
Mapeamento feito pela Secretaria de Segurança Pública identificou aproximadamente 700 carcaças de veículos no Distrito Federal. Expostas às intempéries, elas servem como criadouros do mosquito Aedes aegypti. Tendo em vista o alto índice de casos de dengue no DF, a pasta coordenou um trabalho integrado de governo para a retirada destas sucatas. A ação iniciou nesta semana e já recolheu cerca de 140 esqueletos de veículos nas regiões de Samambaia (40), Ceilândia (30) e Guará (70). 

À frente dos trabalhos de retiradas das sucatas, o coordenador dos conselhos comunitários de segurança do DF, Marcelo Batista, explica que o número de carcaças recolhidas pode aumentar. “O total mapeado é de 700, mas acreditamos que seja mais de mil”, expôs. Em Santa Maria, foram contabilizadas 83. As próximas regiões a receberem a operação são Planaltina e Sobradinho. “O cronograma está sendo feito nos locais mais críticos, levando em consideração o alto índice dos casos de dengue na população”, afirma o coordenador. Todo o material recolhido será encaminhado para duas áreas cedidas pelo Departamento de Estrada de Rodagem (DER), localizadas em Samambaia e no Colorado. Segundo Marcelo, será realizado nestes locais um trabalho de controle e cuidado para evitar a proliferação do Aedes. 

De acordo com o secretário de Segurança Pública, Anderson Torres, a iniciativa foi viabilizada a partir do decreto publicado pelo governo em janeiro, que determinou situação de emergência na saúde. A publicação garante o amparo legal para as ações dos agentes públicos no momento de recolher as carcaças. “Essa é uma demanda muito antiga da população, e com o decreto conseguimos colocá-la em prática. Isso não só vai auxiliar no combate à dengue, como também vai deixar a cidade mais limpa”, explica. A expectativa é de que até o final de março a operação tenha finalizado.

No Guará, o foco foi o depósito de veículos da administração regional. A administradora Luciane Quintana conta que as carcaças ocupam o espaço desde 2017. “Eles foram trazidos para cá em uma ação do governo anterior. Como muitos não têm placa, não conseguimos identificar o dono para fazer o resgate do carro. Agora com a remoção, será bom, principalmente pela grande quantidade de casos de dengue que tivemos aqui na região”, explica. Em janeiro, o Guará teve 105 casos registrados da doença e uma morte, o único óbito neste ano no DF. 

A comerciante Orgeane de Abreu, 39 anos, ficou feliz com a ação. Ela trabalha na Feira do Guará, que fica a poucos metros do local onde estavam armazenados os veículos. “Eu tive dengue no ano passado e foi a pior coisa. Nunca mais quero ter. Essa ação é muito bem-vinda”, parabeniza. Mas ela também acredita que a atuação no combate ao Aedes não deve ser só do governo. “A população também tem que cuidar, fazer a sua parte. Não deixar acumular água e nem jogar lixo em locais inapropriados”, pontua. 


Em alta

Em janeiro de 2020, o Distrito Federal registrou 1.419 casos da doença. Um aumento de 84,1% do quantitativo registrado no primeiro mês de 2019, que foi 730.



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