Cidades

GDF e empresas fecham parceira para a geração de mais empregos na capital

Programa da Secretaria de Desenvolvimento Econômico permite acordo com empresas para garantir postos de trabalho no Distrito Federal em troca de benefícios tributários. Especialista destaca que é preciso pensar em alternativas a longo prazo

Correio Braziliense
postado em 22/02/2020 07:00
Filas em busca de emprego se repetem no DF. Há 313 mil desempregados, segundo levantamento da CodeplanUm dos problemas sérios do Distrito Federal, o desemprego está na mira do Executivo local. Segundo a última pesquisa da Companhia de Planejamento do Distrito Federal (Codeplan), de agosto de 2019, havia 313 mil pessoas sem trabalho na capital. Um acordo do GDF com empresas assegura a criação de 2,4 mil vagas na capital federal em 2020, de acordo com dados da Secretaria de Desenvolvimento Econômico. Até agora, quatro companhias fecharam parcerias dentro das normas do programa Emprega-DF, que torna obrigatória a abertura de postos em troca de benefícios tributários. Segundo a estimativa, serão cerca de 10 mil novos empregos até 2022. 

Nesta semana, uma rede de supermercados migrou para o projeto. A adesão, publicada no Diário Oficial da última quinta-feira, traz a previsão de 1,5 mil empregos diretos e 225 indiretos. Conforme o secretário de Desenvolvimento Econômico do DF, Ruy Coutinho, a previsão é de que, ao longo do ano, mais vagas entrem para a conta. Novos acordos estão encaminhados, adiantou o chefe da pasta. Há um frigorífico, um hospital americano e uma siderúrgica multinacional no radar do GDF. 

 “Há outras empresas que estamos buscando, que já se submeteram à proposta de migração para o programa. Há vários acordos para fecharmos nas próximas semanas e nos próximos meses. Essa geração de vagas que está prevista para 2020 pode subir bastante, considerando que estamos ainda em fevereiro”, explicou Ruy Coutinho. 

Segundo o secretário, a criação do Emprega-DF foi inspirada pela legislação do Mato Grosso do Sul, que prevê esse tipo de parceria. “Isso proporciona que as empresas migrem para um modelo tributário mais suave e, em contrapartida, assumam compromissos, como a geração de empregos. Os objetivos são a instalação de novas companhias no DF e a ampliação e a modernização das que já existem”, acrescentou. 

Para Coutinho, o momento é de otimismo e a adesão das companhias ao programa é reflexo disso. “Esses resultados demonstram uma confiança na recuperação da economia, não só do DF, mas a nacional também. Sem essa perspectiva, ninguém colocaria dinheiro”, avaliou. 

Para que as companhias sejam aceitas no programa, gerido pela Secretaria de Desenvolvimento Econômico e pela pasta de Economia, é necessário elaborar projeto de viabilidade econômico-financeira, que traga estimativa de novos investimentos, faturamento e impostos. As quatros empresas que firmaram o acordo estimam faturamento de R$ 6,4 bilhões e arrecadação de R$ 158 milhões de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), em três anos. 

Paliativo

O professor do Departamento de Economia da Universidade de Brasília (UnB) Carlos Alberto Ramos avalia que medidas como as propostas no Emprega-DF têm efeito maior no curto prazo, mas são insuficientes como solução mais duradoura para a geração de empregos. Ele destaca que é preciso pensar também em propostas mais eficazes para um período mais longo. “Abrir mão de impostos para promover a geração de empregos pode funcionar como um paliativo. Mas o caminho melhor é dar infraestrutura, mão de obra qualificada e investir em políticas de longo prazo”, avalia.  

Vagas previstas no Emprega-DF

2020
 
Diretas 2.159
Indiretas 270

2021
 
Diretas 2.989
Indiretas 390

2022
 
Diretas 3.727
Indiretas 495

Total geral
 
Diretas 8.875
Indiretas 1.155

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