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Correio Braziliense
postado em 24/02/2020 04:15

Quanto amor cabe em um mamão?


Sim, você leu corretamente. Não é mão, nem coração. Eu quis dizer mamão mesmo. Explico: há uma semana começamos a introdução alimentar da Alice. O termo quase científico é só para dizer que a criança começou a comer. Simples.

Ao navegar no universo da maternidade — e da paternidade —, no entanto, descobrimos que nada é tão banal quanto pensávamos. Hoje é possível, inclusive, escolher entre diferentes métodos para iniciar a alimentação do seu filho. Decidimos pelo mais tradicional, na linha do "se deu certo comigo, não vai fazer mal pro meu bebê". Nem sempre seguimos esse caminho, mas, em conjunto com a pediatra e sob a orientação dela, resolvemos que o melhor era começar pelas frutinhas.

Foram dias de ansiedade aguardando o momento de oferecer a primeira comidinha. A neném dava todos os sinais de prontidão e até salivava ao nos ver comer. Estávamos animadíssimos com o fato de apresentá-la oficialmente aos alimentos. No primeiro dia, claro, não comeu nem meio grama da maçã que amassamos. Estava em período de adaptação para algo tão novo.

E foi na correria do segundo dia que me preparei intensamente para o lanchinho da manhã: fui ao mercado em busca de um mamão. Pensei que a textura da fruta e o sabor mais adocicado seriam ideais para a situação. Escolhi a dedo o mais macio e sem imperfeições pelo lado de fora.

Chegando em casa, saí esboforida do carro, mas, entre os passos apressados para não atrasar o horário da refeição, deu tempo de vibrar, com alegria infantil, pela fruta que carregava na sacola. Percebi que era um misto de sensações, e pensei comigo mesma: "Quanto amor cabe em um mamão?" Muito, concluí.

A felicidade foi semelhante ao procurar a primeira roupinha de carnaval. E ao montar os looks para os bloquinhos que planejava pular com ela. É claro que quase nada saiu conforme o planejado. Atrasamos o lanche da manhã, chegamos ao bloco errado, choveu. Voltamos só quando a folia já havia acabado. Uma selfie em frente ao carrinho do vendedor ambulante para não perder o registro.

A festa acabou por ser na casa da vovó, ao som de sucessos do passado, do axé ao samba. E não decepcionou. Ô, alegria! O primeiro carnaval dela teve todo o brilho que merecia. Dançamos, cantamos e pulamos até cansar. E solta o samba que amanhã tem mais!

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