Correio Braziliense
postado em 27/02/2020 04:16
Revolta e dor marcaram a despedida de Shellyda Duarte, 31 anos. A professora foi assassinada com seis tiros na região do tórax e abdômen quando saía de casa, no Bairro Sol Nascente, em Luziânia, o município goiano distante 60km de Brasília. Segundo a investigação, Márcio Ordones da Silva, 41, ex-marido da vítima, é o principal suspeito. Ele não havia sido preso até o fechamento desta edição. Na tarde de ontem, familiares e amigos se reuniram no Cemitério Jardim Paraíso na Cidade Ocidental para prestar o último adeus à vítima.
O crime, tratado como feminicídio pela Polícia Civil de Goiás, ocorreu na noite de segunda-feira. Vizinhos relataram que, por volta das 19h30, Shellyda tirava o carro da garagem de casa, acompanhada dos dois filhos do casal e da mãe, quando Márcio chegou em outro veículo e atirou contra a professora. Testemunhas prestaram depoimentos na delegacia para ajudar a esclarecer o caso, mas, de acordo com a polícia, ninguém soube informar o paradeiro do suspeito.
A professora dava aulas de matemática no Colégio Estadual José Carneiro Filho (Jocaf), em Luziânia. A estudante Ilidia Santana, 15, é ex-aluna de Shellyda e relembra, com carinho, dos momentos em que passou ao lado da educadora. “Ela era uma ótima pessoa, sempre gostou de escutar e aconselhar as pessoas. Na escola, gostava muito de falar sobre Deus. Lembro que, em todas as comemorações do meu aniversário, ela ia, mesmo que fosse só um bolo, ela comparecia por consideração a mim”, contou.
Homenagem
Hoje, alunos e professoras farão uma homenagem para Shellyda no Jocaf. O momento será regido por uma oração, louvores e pela leitura de um texto elaborado pelos estudantes. “Ela era ótima professora, amiga e sempre gostou de ajudar os alunos nas tarefas. As brincadeiras, o sorriso encantador e o jeitinho meigo ficarão guardados na memória para sempre”, disse Gabrielly Novaes, 16. “Sua ida não foi justa, como a de milhares de mulheres que deixaram o nosso mundo. Nós, seus amigos, não deixaremos sua morte ser em vão. Faremos que a história dela seja conhecida como exemplo para a nossa comunidade”, diz um dos trechos do texto elaborado pelos alunos.
O suspeito tinha diversas denúncias por violência doméstica contra Shellyda. Márcio ficou preso sete meses no Centro de Detenção Provisória de Luziânia. Ele utilizava uma tornozeleira eletrônica por descumprir medida protetiva.
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