Correio Braziliense
postado em 28/02/2020 04:17
“As crianças esquecem brinquedos e roupas, mas não o tempo e o amor”. A mensagem estampada em cartaz durante o enterro de Adryan foi uma das formas que as professoras da creche Santos dos Inocentes encontraram para homenageá-lo. O menino estudava há um ano e meio no local, e era recebido com carinho pelas profissionais. "Ele era bastante carinhoso com a gente. Não podia ver ninguém na porta que ele abraçava. Era muito receptivo", relembra, emocionada, a professora Miranildes Campelo.
O pequeno ia à escola com a irmã Kyara, com quem era muito unido. "Quando passava na sala dela, ele dizia: 'minha Kyara'. Sempre muito carinhoso", comenta Suzane Castro, uma educadora da menina. Os irmãos chegavam às 7h e faziam atividades como roda de conversa, contação de histórias e brincadeiras. "O Adryan tinha uma personalidade marcante. Gostava de brincar de massinha e de escutar a história do lobo-mau. Ele sempre pedia para a gente cantar a música do personagem também", relata a professora Simara Silva. “Quando começou a aprender o alfabeto, sempre apontava quando via a letra A. Era muito esperto”, completa a cuidadora.
A tragédia deixou todas as professoras da creche abaladas. "A gente cria um vínculo muito forte com as crianças. Algumas até nos chamam de mãe", relata Raquel Silva, educadora de Adryan. O início do ano letivo, no dia 6 de março, não será o mesmo sem eles. "Já estávamos com a turma fechada. Agora vai ficar um buraco. Vamos sentir muita falta”, acrescenta Raquel. Em homenagem a eles, o diretor da associação decidiu dar o nome de Kyara à sala multifuncional, onde acontecem atividades de dança. Já o pátio se chamará Adryan. "É uma maneira de sempre relembrar deles", explica a professora do menino.
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