Cidades

Defensora da natureza e dos animais

Correio Braziliense
postado em 02/03/2020 04:06
Amigos e familiares se despediram da mergulhadora Patrícia Arrais ontem, no Campo da Esperança

Amigos e familiares da mergulhadora e veterinária Patrícia Arrais Rodrigues da Silva, 46 anos, não conseguem se conformar com a partida abrupta dela. Ontem, eles se reuniram no Cemitério Campo da Esperança, na Asa Sul, para prestar as últimas homenagens à mulher, encontrada morta na manhã de sábado, no Lago Paranoá.
 
Alyne Coelho, 37, trabalhava com Patrícia há 12 anos como secretária em uma das clínicas dela. “A vida da minha amiga era cuidar dos animais. Não era trabalho, ela fazia tudo por amor”, frisou. De acordo com Alyne, a veterinária era ótima pessoa, sempre compreensiva e que prezava a situação das pessoas. “Estava sempre disposta a cuidar do próximo”, lamentou.
A protetora de animais Francimere Bastos, 62, ressaltou que a colega não media esforços para ajudar os animais, principalmente aqueles em situação de rua. “Vai fazer uma falta muito grande. Só temos que agradecer por tudo que ela contribuiu. Tem muitos profissionais que visam apenas ao lucro, e ela, não”, comentou. Segundo Francimere, Patrícia prestava serviço voluntário a entidades ligadas ao cuidado dos bichos.
 
O corpo de Patrícia chegou com atraso ao cemitério. Segundo amigos, houve dificuldades para a liberação no Instituto Médico Legal (IML). A decisão foi de levar o corpo dela, após a cerimônia fúnebre,  para cremação em Valparaíso (GO), município goiano distante cerca de 35 quilômetros da Rodoviária do Plano Piloto.
 
A Associação Protetora dos Animais (ProAnima) emitiu nota de pesar por causa da morte de Patrícia. “Foram inúmeros os atendimentos prestados pela Dra. Patrícia a animais resgatados e vítimas de maus-tratos, incontáveis castrações solidárias por ela realizadas, bem como importantes orientações sobre saúde animal compartilhadas”, destacou o texto. De acordo com a entidade, a veterinária fazia esse trabalho voluntário havia 17 anos. 
 
A Sociedade Humanitária de Brasília (SHB) também lamentou a morte da mergulhadora. “Muitos de nossos animais resgatados encontraram alívio para suas dores e tratamento digno. Ela sempre cuidou de todos com imenso carinho e profissionalismo, acolhendo nossos pedidos de socorro e seu vasto conhecimento em medicina veterinária era respeitado e admirado por todos”. O comunicado da organização prestou solidariedade a amigos e familiares. “Que ela receba dos anjos todo acolhimento que deu aos animais.”

Investigação
Agentes da 6ª Delegacia de Polícia (Paranoá) investigam as circunstâncias da morte de Patrícia. A vítima estava usando equipamento de mergulho e foi vista boiando no lago por funcionários da Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (Caesb). O Corpo de Bombeiros foi acionado e, ao todo, 17 militares participaram do resgate. Mas, como ela estava sem sinais vitais, não foi possível realizar a reanimação.
 
Os policiais solicitaram perícia no equipamento de mergulho utilizado por Patrícia. Segundo a investigação, ela estaria com um cilindro de oxigênio vazio e os três reservas também estavam sem ar. O Correio entrou em contato com a Divisão de Comunicação da Polícia Civil (Divicom), que informou que  não havia mais atualizações sobre o caso até o fechamento desta edição.

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